sábado, 4 de agosto de 2018

LAVA JATO: SOBRE TACLA DURÁN


Tacla Durán, eis um nome que concentra grandes dúvidas e obscuridades na operação Lava Jato. O imbróglio rendeu diversos posts neste blog, no período compreendido entre 01 de dezembro (Aqui) e maio:

Trechos do post "Tacla Durán falará à Câmara dos Deputados" - aqui -, publicado em 31 de maio de 2018, no qual tentamos oferecer um resumo do caso:

"... Tacla Durán, ex-advogado da Odebrecht e da UTC, é acusado da prática de crimes e acusa prepostos da Lava Jato de haverem tentado induzi-lo a, em troca de premiação, fazer delação em que confessasse os crimes e implicasse terceiros, 'proposta' que ele recusou e explicaria sua fuga para a Espanha (ele detém dupla nacionalidade), de onde, aliás, vem cooperando com a justiça de países como Estados Unidos e Argentina em processos envolvendo empreiteiras brasileiras. 

.Em 30 de novembro de 2017, Tacla Durán, mediante videoconferência à CPMI da JBS, no Senado, elencou acusações gravíssimas contra a Lava Jato (AQUI). Para surpresa geral, as denúncias não tiveram qualquer consequência e, pior, o depoimento nem sequer foi mencionado no relatório final da CPMI (presidida pelo deputado Carlos Marun).

.Tacla Durán se dispôs a atuar no incidente de falsidade instaurado paralelamente aos processos que tramitam em Curitiba contra o ex-presidente Lula, mas os pedidos dirigidos pela defesa de Lula ao juiz Sérgio Moro vêm sendo sistematicamente recusados, convindo dizer que os recursos à segunda instância também foram rejeitados.

.Decorreriam as sucessivas recusas à oitiva de Tacla Durán da denúncia sobre um suposto esquema de pagamento de propina em troca de melhorias em delações premiadas negociadas em Curitiba, além de ter o citado advogado posto em xeque a veracidade de provas apresentadas pela Odebrecht a partir dos sistemas Drousys e MyWebDay,  largamente utilizados pela Lava Jato?

.Aliás, no que respeita ao juiz Moro, a questão é ainda de ordem pessoal, visto que Durán afirmou que um amigo do juiz (Carlos Zucolotto) teria cobrado mais de 5 milhões de dólares "por fora" para "melhorar" o suposto acordo de delação de Durán. (...)."

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Eis que hoje, 4, GGN ("Interpol põe em xeque conduta de Moro e retira Durán do alerta vermelho" - aqui) e Brasil 247 (aqui) dão conta de que "A Interpol eliminou o nome de Rodrigo Tacla Durán da lista de procurados internacionais. Para justificar a retirada do alerta vermelho contra o advogado, que trabalhou para a Odebrecht, a agência de investigação internacional apontou que a conduta do juiz Sérgio Moro viola a legislação da Interpol", considerando que a defesa de Durán "demonstrou de maneira confiável a probabilidade de que ocorreu a negação flagrante de um julgamento justo". 

Mas, a despeito da gravidade do caso, é bem provável que tudo continue como dantes no quartel de Abrantes, ou seja, que nada venha ao caso.

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