quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

O ADEUS DE D. PAULO ARNS

                                   Paulo Evaristo Arns - (1921-2016)

Com D. Paulo, vai-se um pedaço da luta contra a ditadura

De Fernando Brito:

Pode ser que os jovens de hoje não compreendam, mas ainda assim havia um homem que, mais do que qualquer outro, fazia os jovens dos anos 70 respeitarem – e muito – a Igreja Católica.
Mesmo os que não tinham religião, como eu, passamos a entender com D. Paulo Evaristo Arns que a fé podia mesmo mover as montanhas de brutalidade que nos esmagavam.
Era na frente da Catedral da Sé que se dava o que era possível de “costas quentes” aos movimentos que confrontavam o regime militar.
Primeiro o Movimento contra a Carestia, depois, o pela Anistia e, que multidão!, o pela volta das eleições diretas, já em 1984.
Ele também protegeu as Comunidades Eclesiais de Base, de onde nasceria o PT, num trabalhismo que levaria décadas até descobrir que o seu papel – e os seus inimigos – eram os mesmos do trabalhismo de Getúlio.
Protetor dos perseguidos, foi ele mesmo perseguido quando Roma tornou-se conservadora e o quis diminuir dividindo a Arquidiocese de São Paulo.
Mas acho que, em sua jornada final, havia algo de que tenho a certeza, foi um triunfo de sua fé no ser humano.
Se não tivesse existido um D. Paulo, não existiria hoje um Papa Francisco. (Fonte: aqui).
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"DOM PAULO DEU O COLO QUE MINHA MÃE PRECISAVA."
(Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog e Clarice - aqui).
Vladimir Herzog, jornalista, professor e dramaturgo, foi morto sob tortura em outubro de 1975, nas dependências do DOI-CODI, no quartel-general do II Exército, São Paulo.

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