quarta-feira, 21 de outubro de 2015

NÃO TE QUEREM VERDE


O horror ao verde nas cidades brasileiras

Por André Araújo

Viajando no último fim de semana pelo interior, vi dezenas de grandes conjuntos de habitação popular, casas ou prédios baixos, todos novos. NENHUMA ÁRVORE, ZERO VERDE. O que acontece com nossos arquitetos, engenheiros, construtores, Governo? Não exigem nenhuma vegetação ao lado, no meio, ao redor desses conjuntos? Como isso se explica em um País tropical, que tem o verde na bandeira? Temos ódio de florestas, de árvores?

É algo impressionante, o quadro se repete por todo o País, até em Manaus. Supermercados e shoppings fazem enormes pátios de estacionamentos sem uma única árvore, imensos campos de soja e cana não tem ilhas de árvores nativas, são desertos de planta única.
Quem sobrevoa a França de balão vê imensa e linda vegetação no meio de tudo, nas margens das estradas, no meio dos pastos e campos, planta-se cultura de cereais mas com ilhas de árvores que parecem jardins.

São Paulo é um deserto cinza mas esses conjuntos tipo COHAB são os mais chocantes, nem os construtores querem o verde e nem os moradores, não há um vaso nas janelas ou soleiras, nenhuma flor.

Na Holanda, todas as casas, pequenas, médias e grandes tem floreiras nas janelas. Em Buenos Aires os prédios, mesmo em avenidas corredores de ônibus, como a Corrientes, tem floreira em cada terraço, em cada janela de apartamento.

Em São Paulo é raríssima a floreira na janela, poucos terraços tem plantas, raros prédios tem heras se agarrando nas paredes, agora aparece um trend de jardins verticais na área do Minhocão, veremos se pega, seria maravilhoso.

Sugiro ao inovador Prefeito de São Paulo um concurso de floreiras e quem ganhar fica isento de IPTU por um ano; quem sabe isso desperte alguma ideia de vegetação nos prédios e nas janelas dos cinzentos prédios paulistanos, vale também o concurso para plantas para quem tem terraço. (Fonte: aqui).

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Até em nossa acolhedora Teresina, "Cidade Verde" por excelência, de quando em quando pipocam casos de desrespeito urbanístico, mas aqui e ali se verificam protestos veementes, valendo citar um recente caso de contundente protesto de jovens contra a pretendida derrubada de árvores de uma praça do Parque Piauí, importante bairro da Capital.

No que tange a conjuntos residenciais, como os do vital e estratégico Minha Casa, Minha Vida, a impressão é de que o pretexto da contenção de despesas estaria a 'justificar' a ausência  do verde nos empreendimentos realizados. 

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