sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

RENTISTAS EM APUROS


Rentistas uivam lá, matilha late aqui

As aplicações do 'Sloane Robinson', um dos dez maiores fundos hedge do mundo e dos mais antigos de Londres, vão fechar o ano com saldo de US$ 2,5 bilhões.

Em 2008, o fundo especulativo acumulava ativos de US$ 15,1 bilhões. O 'Sloane' esfarela. Sua rentabilidade despencou 17% no ano passado; afundará mais 2% em 2012. Não é um caso isolado.
Rentistas de todo o mundo sofrem os reveses da implosão neoliberal agravada pelo fim da farra nos países emergentes - Brasil entre eles. Sua passagem pelo país incluía ganhos triplos: na arbitragem dos juros (maiores aqui, remunerando captações a um custo menor lá fora); na diferença cambial entre a data de ingresso e a da saída, uma vez que o próprio tsunami especulativo forçava a valorização do Real, garantindo conversões vantajosas para o dólar na despedida; e, finalmente, na jogatina 'rapidinha' nas bolsas, sem nem dispor de ações próprias, alugando carteiras junto a bancos.

A obstrução da pista principal do circuito, a dos juros, derrubados a fórceps pelo governo Dilma, melou o resto do passeio, prejudicado ainda pela queda nos mercados acionários. O rendimento médio dos fundos hedges este ano, segundo a Reuters, será 50% inferior à variação dos índices de ações dos mercados emergentes, que deve crescer apenas 5% frente a 2011, contra 450% entre 2003/2007. É quase o fim de uma era.

É desse pano de fundo que soam os vagidos em inglês contra o governo Dilma, ecoados de gargantas midiáticas profundamente comprometidas com as finanças desreguladas.

Caso da The Economist, que pediu a cabeça do ministro Mantega, na semana passada - caninamente saudada pelos seus back vocals em português -, e do Financial Times, desta semana, cujo blog faz referências deselegantes ao país e a sua Presidente.

Como acontece quando as matrizes entram no cio numa matilha, os uivos locais elevaram seus decibéis na última quarta-feira. Coube à 'Folha' cravar o latido mais alto da praça, em editorial pedindo 'reforma geral nas prioridades nacionais'. (Fonte: CartaMaior - leia mais aqui e AQUI).

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Eis, devidamente explicitado, o motivo por que as críticas e achincalhes contra o Brasil se sucedem. Perder dinheiro é um desastre! Ver chances de ganhos gordos e fáceis se queimando é revoltante!

Agora, sintomático, mesmo, é ver repórteres e comentaristas da grande mídia tupiniquim repercutindo os apupos dos rentistas, alguns desempenhando com extrema competência o papel de back vocal.

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