segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

BRASIL: PERSPECTIVAS ECONÔMICAS 2013


Para entender o jogo da Economia

A divulgação do "pibinho" produziu curtos circuitos variados nos analistas. E abre uma bela discussão sobre o futuro da economia.
 
Não se tenha dúvida: 2013 será um ano decisivo para o país. Eu disse para o país, não especialmente para o governo Dilma ou para as eleições de 2014.
 
Mudanças de paradigma são tão complexas e envolvem tantos riscos políticos que só ocorrem em ambientes de crise profunda ou em regimes autoritários. Tenta-se, agora, a primeira mudança de paradigma em regime democrático e sem a crise como fator de reforço.
 
E não é pouca coisa. Trata-se da mudança mais relevante da economia brasileira desde o desmonte do modelo militar pelo governo Fernando Collor – que acabou devorado pela pressa em conduzir as ações, descuidando-se da estratégia política.
 
Depois dele, entraram FHC – que se limitou a manter as bases do que Collor desenhou – e Lula, que manteve o establishment econômico, enquanto as políticas sociais prosperavam. A crise de 2008 ajudou no golpe final no modelo anterior.

 (...)

As políticas sociais de Lula permitiram a construção da primeira perna de um novo modelo econômico: um mercado interno robusto. Foi um feito político extraordinário, dos mais relevantes da história do país, em que conseguiu trocar a câmara furada sem tirar o pneu.
 
Mas o receio de enfrentar as turbulências políticas praticamente paralisou a política econômica. (...).
 
(Para continuar a leitura da pertinente análise de autoria de Luis Nassif, clique AQUI).
 
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Meu comentário dirigido ao blog Luis Nassif acerca da análise acima:
 
Nassif registra que "Lula (...) manteve o establishment econômico, enquanto as políticas sociais prosperavam. A crise de 2008 ajudou no golpe final no modelo anterior." É fato, porém faltou ressaltar a ousadia de Lula ao determinar (quando grandes corporações já agiam preventivamente, a exemplo da Vale do Rio Doce, com 3.000 demissões de uma lapada) a expansão dos programas sociais e, heresia das heresias!, a ampliação do crédito a cargo dos bancos estatais (isso ele podia fazer; quanto à banca privada, amaciou o compulsório, por exemplo, medidas a seu - curto - alcance, mas eles, os bancos privados, continuaram focados em Tesouraria, o que, convenhamos, é mais rentável, cômodo e seguro). Por falar nisso, na reunião deste final de semana de Mantega com dirigentes dos principais bancos estatais e privados, em que se discutiu, entre outros, reflexos de Basileia III sobre o comportamento do crédito em 2013, uma das grandes preocupações presentes foi a tímida performance dos bancos privados, notadamente a partir do advento da crise de 2008. Como teria, então, ficado o Brasil sem a ação contundente dos bancos estatais? "A crise de 2008 ajudou no golpe final no modelo anterior", sim, uma vez que, agindo heterodoxamente, o governo Lula acionou os instrumentos de que dispunha, entre eles a banca estatal, para estimular a produção, o consumo e a criação/manutenção de empregos.

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