domingo, 5 de abril de 2009

TUDO NOS TRINQUES


.O Estado é um monstro anacrônico, pesado, caro e corrupto.

.O Mercado é dinâmico, eficaz, empreendedor, virtuoso e moderno.

.A crise financeira mundial é apenas um contratempo na trajetória triunfal do Livre Mercado.

.O socorro que o Estado concedeu a bancos, seguradoras, corretoras e montadoras tinha mais é que acontecer. Afinal, o Livre Mercado é que gera emprego e riqueza, e no fim das contas é quem assegura a existência do Estado. Ou vocês prefeririam o desastre sistêmico? O Livre Mercado, sim, é que é o cara!

.É, dizem que, por volta de 2003, uma comissão do Congresso Americano se dispôs a estabelecer novas regras de controle do Mercado, mas não pôde ir em frente, já que Bush, atendendo a Alan Greenspan, entrou em ação. Pode ser, mas se Bush agiu assim é porque era o caso. Afinal, não se deve mexer em time que está ganhando!

.O Estado, ora, o Estado. Sempre se volta a esse assunto. Mau gosto. Tá bom, tá bom, vou contar uma bem humorada sobre o Estado. É adaptada, mas é hilária. Um banco estava se afogando, no meio de um lago. O Estado, que estava na margem, caminhou sobre as águas e salvou o banco. Mal o banco foi posto em terra firme, uma seguradora e uma montadora, abraçadas, começaram a berrar por socorro, quase afundando. Ao que o Estado, caminhando sobre as águas, foi até o meio do lago e salvou-as.

.No dia seguinte, nossos jornais estamparam, em letras garrafais: O ESTADO NÃO SABE NADAR! Quá, quá, quá!!
Essa é sutil, concorda? Aposto que o Paul Krugman, aquele desastrado defensor da estatização dos bancos, passaria batido!

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