Em 1993, o México aderiu ao Tratado de Livre Comércio (NAFTA), juntando-se aos Estados Unidos e ao Canadá.
Vendeu quase todas as suas estatais estratégicas e "cedeu" mais ainda aos EUA o seu território fronteiriço, onde empresas transnacionais se instalaram, passando a usufruir incentivos fiscais, mão-de-obra para lá de barata e "frouxidão" quanto à proteção do meio ambiente.
Hoje, cerca de 84% de tudo o que o México exporta são destinados aos EUA. Desses 84%, os produtos manufaturados correspondem a algo como 80%. A indústria manufatureira está sendo exatamente a mais afetada no mercado interno americano. São sombrias as perspectivas do desempenho do México em comércio exterior (e no mercado interno).
Pretendeu-se, na década passada, fazer o Brasil aderir ao Acordo de Livre Comércio das Américas (ALCA). Quase que o Brasil embarcou.
No início do governo Lula, cerca de 28% do que o Brasil exportava eram endereçados aos EUA. O presidente Lula empreendeu viagens mundo afora, com ênfase para África e Ásia, expandindo as parcerias comerciais do Brasil - e sendo malhado de "turista gastador" e outras ironias por parte de colunistas-experts-em-tudo.
Hoje, quem se dispuser a conferir o Sistema ALICE (http://aliceweb.desenvolvimento.gov.br/) verificará que o que o Brasil exporta para os EUA corresponde a 16% do total comercializado com o exterior, bem como a expansão dos parceiros comerciais e dos produtos exportados.
Trata-se de uma estratégia bem-sucedida do governo Lula - o que não implica, é óbvio, pleno sucesso nas demais vertentes da governança. Mas não há dúvida: essa política de comércio ocupa posição de destaque entre as razões da resistência do país à crise financeira mundial (outra, interna, é o empenho pela redução da miséria via programas sociais e elevação do salário mínimo).
Essa observação específica me ocorreu ao deparar com o blog http://brasil.melhores.com.br/ , do economista e administrador Stephen Kanitz.
É que costumo ler análises diversas, inclusive as produzidas por colunistas-experts-em-tudo, os quais se esmeram em omitir ou distorcer eventuais méritos de seus oponentes, e inflar suas deficiências.
Kanitz, a propósito, inseriu no blog citado arguta observação: "(...). Deixe os fatos orientarem a sua análise, e não os seus desejos e convicções".
É por aí.
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