quinta-feira, 19 de junho de 2025

A CENTURY OF THE NEW YORKER

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"Para jornalistas e diletantes, a visita em si é um prato cheio, por recuperar a história daquela que é considerada a publicação editorial mais arguta de que se tem notícia."



O leitor mais atento da 
piauí sabe que uma das fontes de inspiração para a sua criação foi a New Yorker, revista semanal de jornalismo narrativo, humor, ficção e crítica de arte publicada pela editora Condé Nast, nos Estados Unidos, e que completa 100 anos em 2025. Uma das comemorações do centenário é a exposição A Century Of The New Yorker, inaugurada em fevereiro na biblioteca pública de Nova York e que permanecerá em cartaz por um ano, até fevereiro de 2026, com entrada gratuita.

Para jornalistas e diletantes, a visita em si é um prato cheio, por recuperar a história daquela que é considerada a publicação editorial mais arguta de que se tem notícia. Mas, para quem gosta de literatura, o que se vê impressiona ainda mais. A exposição revela detalhes saborosos do mundo literário, pinçados sobretudo das correspondências entre escritores e seus editores na revista. Uma delas é uma carta escrita pelo autor russo Vladimir Nabokov, em que ele questionava muito gentilmente a editora de ficção Katherine White pelos cortes que havia feito em seu texto. “Eu fico muito grato por você corrigir os erros gramaticais, mas eu não acho que me agrada o fato de minhas frases longas serem tão reduzidas”, escreveu. 


Em outro exemplo da peculiar rotina de um editor da
 New Yorker, o fundador da revista, Harold Ross, foi interpelado por um de seus mais ilustres colaboradores, o escritor John O’Hara, sobre seus ganhos, que ele considerava insuficientes. “Querido Harold: eu quero mais dinheiro, eu quero mais dinheiro, eu quero mais dinheiro, eu quero mais dinheiro, eu quero mais dinheiro, eu quero mais dinheiro, eu quero mais dinheiro, eu quero mais dinheiro, eu quero mais dinheiro, eu quero mais dinheiro, eu quero mais dinheiro”, escreveu O’Hara, ao pedir aumento.

Já a escritora Dorothy Parker chegou a elaborar uma lista que causou furor na redação e que levava o seguinte título: “Autores pouco atraentes cujos trabalhos eu admiro”. O primeiro nome do manuscrito era William Faulkner. Aldous Huxley, Thomas Mann e James Joyce também integravam o grupo de infelizes, na visão de Parker.


Outra raridade da exposição é uma página extraída da cópia original de
 A Sangue Frio, de Truman Capote. O papel amarelado, enviado à revista em 1960, ainda continha as marcações de edição à caneta.

Além da visita à exposição, a biblioteca é um programa à parte. Tudo é gratuito e aberto ao público, exceto nas salas em que os frequentadores estão, de fato, trabalhando ou lendo.  -  (Fonte: Dicas Culturais da Revista Piauí  Aqui).

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