domingo, 28 de maio de 2023

AS SUSPEITAS DE DESTRUIÇÃO DE PROVAS PELA LAVA JATO, POR LUIS NASSIF

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Em maio de 2022, o MPF do Paraná, com aval do juiz Luiz Antonio Bonat, destruiu sete discos rígidos com as cópias do sistema da Odebrecht.

                      
A Odebrecht tinha dois sistemas – "MyWebDay” e “Drousys” - do chamado “setor de operações estruturadas”, onde estavam registradas as propinas políticas. O sistema passou pelas mãos da Lava Jato antes de ser formalmente entregue. Havia suspeitas de que foi manipulado pelos procuradores.

Em maio de 2022, no entanto, o MPF do Paraná, com aval do juiz Luiz Antonio Bonat (foto), destruiu sete discos rígidos com as cópias do sistema. Bonat alegou que, antes, copiou os discos em lugar seguro, garantindo a chamada “cadeia de custódia.

No Código de Processo Penal (CPP), “considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte”.

Ao contrário de Sérgio Moro, Bonat é considerado um juiz mais cuidadoso. Mas, em todo caso, há a necessidade premente, (por parte) das autoridades federais – Polícia Federal ou corregedoria do Conselho Nacional de Justiça – de conferir se, de fato, houve o backup correto dos HDs, sem vestígio de conteúdo deletado.

No seu último ato antes da aposentadoria, o ministro Ricardo Lewandowski já havia denunciado a manipulação dos dois sistemas e descartado seu uso como prova. Mas a providência apontada é essencial para certificar-se de que não houve manipulação.

Caso se comprove qualquer adulteração, restará configurado o crime grave de destruição de provas.  -  (Jornal GGN - Aqui).

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"Bonat é considerado um juiz mais cuidadoso".
Ao que consta, o senhor Bonat, em final de carreira, só queria mesmo é que o tempo passasse. 'Cuidadoso'... em face das circunstâncias. 

Tacla Duran, sentenças eivadas de furos, suspeita de adulteração de provas, vacilos que resultaram em reclamações ao CNJ (providencialmente não julgadas)... Assim fica fácil entender o esmero do TRF-4 - sob 'articulação' do senador Moro, conforme ele mesmo revelou - em afastar o juiz Appio, que acertadamente ingressou com recurso junto ao CNJ.

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