quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

A DIFERENÇA ENTRE AS INSTITUIÇÕES DO BRASIL E DOS EUA EM RELAÇÃO ÀS TENTATIVAS DE GOLPE

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Artigo escrito por Luis Nassif um pouco antes do anúncio da vitória de Joe Biden na eleição presidencial. Reprodução válida em face dos conceitos expostos - o que o torna atemporal.
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"Nos EUA não se ouviu uma voz sequer militar. Aliás, a única manifestação foi quando Trump tentou criar um evento em frente a uma Igreja, com a presença inadvertida de um chefe das Forças Armadas. Imediatamente ele se pronunciou contra a manobra. No Brasil, o chefe do Estado Maior se vangloriou com Bolsonaro do apoio que lhe deu."

Por Luis Nassif

Cada vez que se levanta a hipótese de Donald Trump melar as eleições americanas, vozes se levantam em todos os cantos para asseverar a importância das instituições.

Durante todo o século 20, o valor das instituições foi um dos pontos centrais do modo americano de se vender ao mundo. Em nome das instituições, Al Gore não rebateu a tentativa bem sucedida de George Bush Jr de ganhar as eleições nos tribunais.

Uma pequena comparação entre os EUA e o Brasil.

1. Trump se insurgiu contra os resultados. As grandes redes de TV interromperam as transmissões, denunciando a mentira. Próceres republicanos criticaram o presidente. No Brasil, Aécio Neves denunciou os resultados das eleições de 2014. Mereceu ampla cobertura e nenhuma voz do sistema rebatendo.

2. Nos tribunais americanos, as tentativas de Trump têm sido derrubadas. No Brasil, houve direcionamento da análise das contas de Dilma e do PT para um Ministro anti-PT e, durante um mês, tentativa de escandalizar qualquer irregularidade contábil da campanha – até o enquadramento incorreto de máquinas de picar papel em bens duráveis (deveria ser semiduráveis ou vice-versa). Cada informação, por mais irrelevante, merecia ampla cobertura escandalizada da mídia.

3. Mesmo com o ativismo e o conservadorismo da Suprema Corte, não há sinais de que endosse qualquer tentativa de golpe judicial contra as eleições. No Brasil, o Supremo Tribunal Federal endossou o golpe do impeachment até o limite da infâmia, de tentar impedir entrevistas de Lula.

4. Com exceção do trumpismo, mídia, políticos, instituições combatem os movimentos de rua e a violência difusa. No Brasil, a mídia conclamou a população a ir para as ruas acelerar o impeachment.

5. Nos EUA não se ouviu uma voz sequer militar. Aliás, a única manifestação foi quando Trump tentou criar um evento em frente a uma Igreja, com a presença inadvertida de um chefe das Forças Armadas. Imediatamente ele se pronunciou contra a manobra. No Brasil, o chefe do Estado Maior se vangloriou com Bolsonaro do apoio que lhe deu.  -  (Fonte: Jornal GGN - Aqui).

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Enquanto isso, Michelle Bachelet, Alta-Comissária de Direitos Humanos da ONU, enfatiza que a pandemia do coronavírus produz impacto devastador no Brasil, ao que o patriota tupiniquim rebate, sustentando que, muito pelo contrário, o País é, disparado, o número 1 do mundo em matéria de expertise no combate ao vírus e que não procede a informação de que o Brasil perdeu a corrida pelas vacinas, por desídia governamental. 

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