quarta-feira, 9 de outubro de 2019

SOBRE LULA E O NOBEL DA PAZ


"A dimensão de Lula, hoje e para a História, já é tanta, que se trata daqueles raros casos em que um indicado, literalmente, não precisa em absoluto ganhar o Nobel da Paz para que seja 'mais reconhecido' do que já é….
Me lembra a ocasião em que Gabriel García Márquez conquistou o Nobel de Literatura: Não foi García Márquez 'que ganhou', foi o prêmio Nobel que se engrandeceu diante da escolha tão carregada de méritos…
Com Lula é exatamente esse o espírito: ganhar será bom para ele? Evidente que sim! Será uma forma do mundo gritar aos nossos fascistas, covardes, preconceituosos, como o enxergam, será um ato acima de qualquer coisa, de Justiça…
Como um ato de Justiça, ele engrandecerá mais a quem o concede do que ao laureado.
É o Prêmio Nobel que precisa de Lula vencedor para não se apequenar diante de um equívoco que será histórico, e não o contrário.
De quantos seres humanos podemos afirmar tal coisa?
Foi esse o patamar, o panteão, que Moro, Deltan e nossas elites rasas deram a Lula de bandeja, no outono de sua vida…".




(De Eduardo Ramos, post intitulado "Sobre Lula e o Nobel da Paz", publicado no Jornal GGN - Aqui.

Este Blog conhece a trajetória de Lula, seu empenho em favor da inclusão social e contra a miséria, as conquistas alcançadas. Conhece o trâmite da Lava Jato desde a sua deflagração em março de 2014 [retroagindo à Banestado e à AP470]. Inteirou-se do conteúdo das sentenças condenatórias e do teor dos recursos interpostos pela defesa do ex-presidente, convencendo-se da procedência dos argumentos apresentados por dita defesa, os quais deixam sobejamente configurada a prática de lawfare. Atentou para o contido em despacho do comitê de direitos humanos da ONU que autorizou a candidatura presidencial do referido cidadão brasileiro no contexto das eleições de 2018. Tomou ciência das razões apontadas pelo desembargador Rogério Favreto, então plantonista do TRF4, para aprovar habeas corpus em favor do ex-presidente, e das medidas adotadas por autoridades diversas visando a cassar o 'salvo conduto', no que obtiveram êxito. Considerou no mínimo 'estranhas' as circunstâncias em que foram acatadas as alegações do sr. Léo Pinheiro, titular da empresa OAS, que embasaram a prisão do ex-presidente em face da 'inovadora' prática de ato indeterminado - como se em Direito penal inexistissem tipo penal e a exigência de subsunção do alegado ato criminoso ao tipo penal invocado. Acompanha o noticiário internacional e a projeção de Lula nesse cenário, vê o embate que se desenvolve entre mentalidades democráticas e convicções fascistas, observa que entidades como OCDE defendem, sim, o combate à corrupção, mas pregam o respeito ao devido processo legal e demais direitos e garantias alinhados na Declaração Universal e tratados diversos, o que nos remete ao lawfare acima mencionado. Razões por que entende que eventual concessão de Nobel da Paz - individual ou compartilhado - ao ex-presidente deveria ser recebida como demonstração de justiça. É a opinião deste Blog. Cumpre lembrar que Lula é um dos 120 indicados para a homenagem, entre os quais também figuram Raoni, Greta Thunberg e o Papa Francisco).

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