segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

O BANCO MUNDIAL E A MANIPULAÇÃO DE DADOS QUE GRASSA PELO MUNDO

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Alguém já produziu uma observação sucinta e precisa para definir a política de interesses que caracteriza a atuação de governos (excluídos, evidentemente, os lesadores da pátria) e corporações pelo mundo, cada bloco, cada Metrópole - à frente a principal delas - buscando tirar proveito e não raro contando com o auxílio de 'patrióticos nacionais'. A observação é a seguinte: O jogo é rasteiro.
No caso abaixo relatado, Sebastián Piñera, claro, agradece.

                 Augusto Lopez-Claros, ex-diretor do Banco Mundial

Banco Mundial manipulou ranking de competitividade

Estadão/Dow Jones/G1/Jornal GGN

Um escândalo surgiu de dentro do Bando Mundial apontando que o ex-diretor do grupo responsável pelo relatório "Doing Business", o chileno Augusto Lopez-Claros, teria alterado intencionalmente a metodologia durante vários anos prejudicando, particularmente, o Chile nos governos de Michelle Bachelet por motivações políticas.

A revelação foi feita pelo economista-chefe do Banco Mundial, Paul Romer, ao "Wall Street Journal", afirmando que irão corrigir e recalcular os rankings nacionais de competitividade de pelo menos os últimos quatro anos. Romer também pediu desculpas pela manipulação "injusta e enganosa".

Segundo o porta-voz do BM, a competitividade do Chile caiu do 33º lugar em 2015 para o 120º em 2016, influenciado pelas constantes mudanças na forma de medir o índice e não pelas políticas econômicas do país. Isso explicaria também a queda de 40% de investimentos estrangeiros no Chile em 2017.

O Doing Business é o relatório de maior visibilidade do Banco Mundial e organiza os países em ranking por competitividade no seu ambiente de negócios.

Após a notícia, a presidente chilena exigiu investigações do Banco Mundial: "Os rankings administrados pelas instituições internacionais têm que ser confiáveis, já que têm impacto no investimento e desenvolvimento dos países" publicou Bachelet na sua conta do Twitter.

Vamos aguardar agora como a manipulação pode ter prejudicado o Brasil e outros países.  -  (Aqui). 

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'Rei', leitor atento, para lembrar que as manipulações são prática corriqueira neste mundo de espertalhões, resgata a seguinte nota de O Globo, de novembro de 2015:


SÓ O BC NÃO VIU, por José Casado

Grandes empresas industriais e exportadoras brasileiras decidiram ir à Justiça contra alguns dos maiores bancos globais. Durante seis anos, essas instituições financeiras manipularam um dos principais indicadores econômicos do Brasil — a taxa de câmbio, preço-chave para contratos de comércio e investimentos.
— Empresas e governo pagaram uma conta pesada demais, e estamos falando de centenas de bilhões — diz o empresário Roberto Giannetti da Fonseca, presidente do Conselho Empresarial de América Latina. — Aqui, em 2011, os negócios com derivativos cambiais chegaram a 24 bilhões de dólares por dia.
Entre 2007 e 2013, 30 operadores de bancos estrangeiros conspiraram para influenciar o câmbio do real em relação ao dólar. Combinaram cotações falsas, compartilharam lucros de 30% e dados sigilosos de clientes. Dividiam-se em dois grupos de chat: um autodenominava-se “A Máfia”, outro identificava-se como “O Cartel”.
Representavam Citigroup, Bank of America, Barclays, Deutsche, HSBC, Merril Lynch, Morgan Stanley, JP Morgan Chase, Royal Bank of Canada, Nomura, Tokyo-Mitsubishi, Royal Bank of Scotland, Standard, Credit Suisse e UBS.
Estão sob investigação no Brasil, nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha. Cinco (JP Morgan, Citigroup, Barclays, RBS e UBS) já admitiram culpa em processos nos EUA. As primeiras multas americanas somam US$ 6,4 bilhões.
A investigação brasileira é comandada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica. O Cade aceitou acordo proposto pelo suíço UBS que, em julho, confessou, entregou provas contra outros bancos e delatou 30 pessoas físicas envolvidas na fraude do câmbio do real.
A Associação Brasileira de Comércio Exterior decidiu participar da ação conduzida pelo Cade: — Estamos levantando subsídios para um processo —, conta José Augusto de Castro, presidente. — Essa manipulação ajudou a destruir a nossa estrutura. Somente em vendas de produtos manufaturados perdemos US$ 50 bilhões e a chance de criar dois milhões de empregos.
A trama para supervalorizar a moeda brasileira incentivou importações. Até 2005 o país tinha 17 mil empresas de exportação e 22 mil de importação. Ano passado contavam-se 19 mil exportadoras contra 44,3 mil importadoras.
A especulação, favorecida pela taxa recorde de juros, deixou o país no lado oposto das nações industrializadas: no Brasil, o volume de negócios diários no mercado futuro de câmbio passou a ser cinco vezes maior do que no mercado de cambio à vista. Segundo o banco dos bancos centrais (BIS), o real se tornou a segunda moeda mais negociada no mercado futuro internacional. Só perde para o dólar.
Em recente audiência no Senado, um diretor do Banco Central, Aldo Mendes, minimizou os efeitos da conspiração sobre o real, apesar da confissão de participantes como o UBS. Mendes não admitiu falhas na vigilância e considerou impossível a manipulação da taxa de câmbio (Ptax) no Brasil:
— Nosso modelo é o melhor que existe.
— Ele mentiu ao Senado — diz Giannetti da Fonseca. — As provas estão no Cade, entregues, em confissão, por um dos participantes.
Castro complementa:
— Fiscalizar seria a obrigação do BC, que nada fez.
Para os empresários, durante seis longos anos o “cartel" e a “máfia" ajudaram a desindustrializar o Brasil. Só o Banco Central não viu.

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