domingo, 2 de abril de 2017

O FIM DA GRADUAÇÃO DE ESTUDANTES NO PROGRAMA CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS


O Ciência sem Fronteiras, que pagava cursos de graduação para estudantes no exterior, será encerrado pelo governo de Michel Temer. O programa era uma das marcas da gestão de Dilma Rousseff. Novas bolsas para graduação estão suspensas a partir de agora. 

O jornal Valor Econômico dá conta de uma das alegações do Ministério: “A atual gestão encontrou o programa com dívidas elevadas deixadas pelo governo anterior. Estudantes estavam no exterior sem recursos. A primeira e imediata providência da atual gestão foi garantir recursos financeiros para honrar os compromissos assumidos com os bolsistas no exterior, a fim de não prejudicá-los”.

Outra alegação: era muito elevado o custo para manter os alunos estudando fora do país. Em 2015, o ministério teria destinado R$ 3,7 bilhões no programa como um todo (graduação, pós-graduação, estágio, doutorado e pós no exterior), "mesmo valor investido na merenda escolar de 39 milhões de alunos da educação básica no país". 

Os 35 mil bolsistas de graduação custavam R$ 3,2 bilhões/ano (os demais contemplados - cerca de 5.000 - consomem o remanescente, R$ 0,5 bilhão). Há, certamente, quem sustente que foi isso, sim, o que pesou para a extinção da assistência, e não as 'justificativas' acima e o alegado perfil deficiente (fluência em inglês, p. ex.) dos beneficiados, contingente formado por muitos jovens humildes, das mais diversas localidades do País. Afinal, enxugar é preciso: o pacote fiscal e o superávit das contas nacionais têm de prevalecer de qualquer modo.

Nenhum comentário: