quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

ETS: HIPÓTESE NATIMORTA


Astronomia: O gargalo de Gaia

ONDE ESTÃO ELES?
Uma dupla de astrobiólogos na Austrália acaba de propor uma hipótese para explicar por que ainda não encontramos nenhum sinal de vida extraterrestre lá fora. Provavelmente, eles estão todos extintos. A ideia básica é que só estamos nós por aqui agora porque a Terra teve a sorte de ver surgir o tipo de vida certo na hora certa.

COMEÇO PROMISSOR
A proposta tenta resolver um aparente paradoxo: sabemos que, no passado remoto do Sistema Solar, uns 4 bilhões de anos atrás, pelo menos três planetas eram potencialmente amigáveis à vida: Vênus, Terra e Marte. No fim, restou apenas um, o nosso. Por quê?

GAIA AO RESGATE
Segundo Aditya Chopra e Charley Lineweaver, da Universidade Nacional Australiana, isso ocorreu porque na Terra a vida teria tomado as rédeas do planeta bem cedo, regulando o ambiente para favorecer sua contínua existência. Essa é a famosa (e controversa) hipótese Gaia, formulada por James Lovelock e Lynn Margulis.

VIZINHOS SEM SORTE
Em Vênus e Marte, o desfecho teria sido outro. Mesmo que formas de vida tenham surgido por lá durante seu passado habitável, a evolução não produziu os organismos necessários para promover essa auto-regulação. Sem a ajuda de Gaia, alegria de venusiano e marciano dura pouco.

CONTRA O RELÓGIO
Lineweaver e Chopra acreditam que essa história toda revela um aspecto mais profundo sobre a vida no Universo: a noção de que, na maioria dos mundos que nascem habitáveis, a biosfera não se torna capaz de fazer a regulação do ambiente a tempo de reverter a inexorável marcha rumo à inabitabilidade.

SÓS NO UNIVERSO?
Caso estejam certos, o surgimento da vida seria uma ocorrência comum, mas seu destino mais frequente seria a extinção rápida. Com isso, mundos que permanecem habitáveis por bilhões de anos, tempo exigido para o surgimento de espécies inteligentes, seriam raríssimos. Será?

BÔNUS: O artigo científico de Chopra e Lineweaver, que se apresenta como uma nova possível explicação para o famoso paradoxo de Fermi (se ETs são comuns, onde eles estão que não conseguimos achá-los?), saiu na edição de janeiro do periódico “Astrobiology”. 

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A versão em português é de autoria de Salvador Nogueira, da Folha; o texto foi reproduzido no blog Ariquemes online - aqui.

Supõe-se que o ser humano conheça algo como 0,1% da Via Lactea, galáxia onde - hipoteticamente na periferia - se encontra o Sistema Solar. Estima-se que existam bilhões de galáxias no Universo, mas bem que podem ser trilhões, ou inúmeras vezes mais. O fato é que a ignorância humana pode ser chamada de total. Diz-se que uma cientista, instada a manifestar-se sobre o Universo, levou os interlocutores à praia, onde, após colher um copo da água do mar, afirmou: "Suponhamos que o Universo são os oceanos; a parte que dele conhecemos está neste copo!"

De onde se conclui ser pertinente a observação de Luiz Hoss, um dos 950 comentaristas que até agora se manifestaram na Folha, AQUI

"Bem fraquinha a tese da dupla de astrobiólogos. Uma hipótese que nasceu e vai morrer hipótese."

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