sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

DA SÉRIE COISAS DA IMPRENSA CONSAGRADA


Todos os fatos da vida são passíveis de ser tratados em charges (ocorrências corriqueiras, fugazes) e cartuns (comportamento, posicionamento político, conceitos científicos, conhecimentos gerais etc etc); diz-se usualmente: charges logo passam, cartuns permanecem.

Essa gama de fatos constitui o campo de atuação do cartunista - 'cartunista' no sentido amplo: o desenhista de cartum, charge, caricatura, ilustração -, que é permanentemente bombardeado pelos meios de comunicação e tem que 'comparecer' diariamente no espaço para o qual é pago por seus patrões.

Esse burburinho, que impõe urgência, poderia explicar o porquê de certos cartunistas meterem os pés pelas mãos, julgando-se auto-suficientes, tratando de tudo o quanto é tema sem se disporem a, humildemente, como os mortais comuns, realizar mísera consulta sobre o assunto a ser abordado. Presunção de inocência e direito de defesa, por exemplo. A Wikipédia - AQUI - informa didaticamente sobre tais garantias constitucionais, deixando claro que todos, por serem iguais perante a lei, fazem jus a ditas garantias, as quais envolvem, entre outros, o direito a advogado(s).

Cumpre notar, também, que não raro o cartunista pode ter exata ciência do tema, mas age segundo suas próprias convicções - e as convicções da chefia -, desprezando qualquer senso crítico, sensatez ou escrúpulo.

Feito o introito, vamos ao que 'pesou'.

O estimado cartunista Chico Caruso, do jornal O Globo, produziu o cartum abaixo...


...o qual mereceu oportuna resposta da OAB, secção do Rio Janeiro, mediante o traço do cartunista Aliedo:


Dado o recado, vale uma lida no texto a seguir, divulgado no site Brasil 247:

"O deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) criticou duramente em sua página no Facebook a charge assinada por Chico Caruso e publicada nesta quarta-feira pelo jornal O Globo. Para ele, que é advogado, a charge "afronta e desrespeita" a categoria e é ainda um "instrumento do puxa saquismo" do cartunista com os patrões.
A charge de Caruso traz o seguinte diálogo: "- E esse aí, é mocinho ou bandido? – Pior: é advogado!". Damous criticou: "ultrapassou a todos os limites do achincalhe". "A tal charge afronta e desrespeita uma categoria profissional que possui uma honrada folha de serviços prestados ao país", acrescentou.
O deputado cobra a OAB para se manifestar contra "na defesa da advocacia agredida". Leia abaixo a íntegra de seu texto:
O PUXA SACO E A ADVOCACIA
A charge assinada por Chico Caruso, no jornal O Globo, ultrapassou a todos os limites do achincalhe. A tal charge afronta e desrespeita uma categoria profissional que possui uma honrada folha de serviços prestados ao país. E não a tratemos como mera piada de mau gosto. Trata-se, na verdade, de um ataque ao Estado de Direito e aos princípios dele decorrentes, como o devido processo legal, a presunção de inocência e o direito à defesa. Já não basta a criminalização geral de tudo e de todos. Agora, tentam desqualificar até o advogado de defesa. A charge jornalística sempre foi um poderoso e democrático instrumento de crítica política. Com Chico Caruso, foi rebaixada a uma espécie de extensão da linha editorial do jornal. Ou seja, instrumento do puxa saquismo. Esses são os tempos bicudos em que vivemos, onde imperam a mediocridade e a selvageria do senso comum. Espero que a OAB, de imediato, se manifeste na defesa da advocacia agredida."

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