Na interpelação hoje ocorrida na CCJ da Câmara dos Deputados (4 horas - aqui -, até que suspensa por alguns minutos e não mais disponibilizada), o ministro e ex-juiz Sérgio Moro foi indagado sobre itens relacionados à operação Lava Jato, na esteira das informações reveladas até aqui pelo site The Intercept Brasil, um amplo leque de questionamentos (e louvações), uns respondidos (alguns não suficientemente), outros, deixados ao largo.
Em certos momentos, observou-se o que já vem reinando nas ruas: duas eufóricas torcidas se digladiando. Defensores entusiasmados do ministro, ao tempo em que o exaltavam, enfatizavam o apoio ao combate à corrupção (quem não apoia, a não ser os canalhas?!), mas - e aí é que a coisa complica! - sem ressalvar a necessidade de tal combate respeitar os códigos de ética, as leis, o Estado de Direito e a Constituição da República. Os legalistas, a exemplo da deputada Jandira Feghali, foram ao âmago das questões - e o ministro se manteve na linha dias atrás mostrada em seu depoimento ao Senado Federal. Só que agora com algumas intervenções bem mais incisivas (clique aqui para ver no Conversa Afiada) por parte dos interessados.
Entre as perguntas não suficientemente respondidas, destaques para os 'cases' Tacla Durán e o falecido ministro Teori Zavascki; entre as não respondidas, certamente a mais grave: o silêncio do ministro acerca da devassa, pelo COAF, Conselho de Controle de Atividades Financeiras, a pedido da Polícia Federal (subordinada ao ex-magistrado), das contas/finanças do jornalista Glenn Greenwald, titular do The Intercept, acima citado. Em vindo a se confirmar a informação (dada por um site tido como aliado da LJ), estaremos diante de um monumental crime contra a liberdade de imprensa e a Constituição da República. Aguardemos.
Embora não tenhamos acompanhado a íntegra da sessão, dizemos que a palavra final sobre o assunto (ou ao menos a primeira palavra oficial) será dada pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, que nos primeiros dias de agosto retomará a sessão de julgamento do pedido de suspeição do ex-juiz de base. Nesse meio tempo, fiquemos atentos às novas revelações a serem oferecidas pelo The Intercept.
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