domingo, 1 de julho de 2018

A REDENÇÃO DO SINDICALISMO DE VERDADE


"Os sindicatos passarão a promover ações coletivas, em defesa dos seus associados, que, se bem sucedidas, também lhes renderão recursos.

A​ reforma diminuiria a litigiosidade individual, ​porque obriga​ o trabalhador ​a ​pagar as custas do processo​,​ se derrotado, mas aumentaria a litigiosidade coletiva​:​ os sindicatos entra​m​ com mais ações coletivas.​ E se perderem, quem paga é o sindicato e, não, o trabalhador individualmente."

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"A reforma vai obrigar os sindicatos e trabalhar com outras referências. Muito provavelmente vamos presenciar um fenômeno crescente de unificações sindicais e de categorias (p.ex. sindicato dos trabalhadores do ABC, juntando todas as categorias, diretorias, sedes).

Esses movimentos podem aumentar o poder de pressão, organizar as finanças e redimensionar a ação sindical de uma tal ordem que podem deixar a situação ingovernável à​s​ empresas.

Convenhamos, o sindicalismo atual - salvo as exceções conhecidas - está dominado pelos empregadores

Essa mudança de patamar pode acabar com a governabilidade deles.

Por mais que façam malabarismos, é inexorável que a atividade econômica depend​a​ de organização e de ambiente de pacificação.

O rompimento desse equilíbrio ​- agora celebrado na sessão de chá, como diz você, na Casa Grande e no Supremo - ​desanda tudo!

Ou seja, a crise oferece oportunidade de redenção.

O que hoje é aparentemente domínio total pode ser o começo do desespero da Casa Grande.

Pode​m​ faltar polícia e decisões dos TRTs para conter a reação coletiva.


Não se esqueça: o sistema sindical foi estruturado para EVITAR a ação coletiva.

Essas - ​e muitas outras - possibilidades são reais e possíveis.

Muito provavelmente serão ​construídas​ pela parte verdadeiramente sindical do atual sistema."






(De dois sindicalistas brasileiros, a propósito da reforma trabalhista e diante, em especial, do fim da obrigatoriamente da contribuição sindical, à vista de recente decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal. As declarações foram prestadas ao jornalista Paulo Henrique Amorim, titular do Conversa Afiada, conforme post "Os sindicatos de verdade estão mais vivos do que nunca!" - AQUI.

Várias conclusões podem ser extraídas a partir da nova realidade. Uma delas: com o predomínio das ações coletivas, restará evidenciado o superdimensionamento da estrutura judicial trabalhista brasileira. A conferir).

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