quarta-feira, 7 de setembro de 2016

SÃO PAULO LTDA. E O BRASIL


O golpe de São Paulo Ltda. contra o Brasil
Por Arkx, no Jornal GGN
este não é apenas um golpe da plutocracia contra o povo, é um golpe da Opus Dei paulistana contra o restante do país.
muito embora tenha urdido o mito de ser a moderna locomotiva puxando os  vagões do atraso brasileiro, uma ilha bem sucedida arcando com o ônus de subsidiar uma federação parasitária, São Paulo Ltda. não passa da sede do rentismo brasileiro.
em São Paulo Ltda. está a sucursal brasileira do mercado financeiro globalizado, fazendo da SELIC nossa principal commodity de exportação.
como a grande indústria se tornou um empreendimento de fachada, não poderia estar melhor representada do que pelo painel luminoso do prédio da FIESP, por seu pato plagiado e seu presidente sem-indústria e rentista do setor imobiliário.
desde a belle époque dos Barões do Café, ridicularizados no cabarés de Paris, até a humilhante recepção a Temer no G20 de 2016 na China, a plutocracia paulista tem sido reduzida por sua contraparte internacional à sua pequeníssima diminuta estatura de sócios minoritários e subalternos.
jamais ousou construir um projeto de país através do qual sua hegemonia se exercesse, e assim impor sua dominação por consentimento a um pacto nacional. todo seu domínio sempre se exerceu pela força do mercado se apropriando do público, resultando em desproporcional concentração política e econômica em São Paulo.
sem que desta concentração resultasse desenvolvimento de âmbito nacional, através de reciclagem dos lucros sob a forma de investimentos regionais, apenas ainda mais enriquecimento de uma plutocracia marcadamente anti Povo e anti Nação.
uma lumpenburguesia eternamente sedenta de ser convidada para a mesa de jogo dos grandes lobos globais, mas servilmente resignada ao seu desprezível lugar como hiena periférica.
vivemos a crise de um mundo que já não se sustenta sob a unipolar pax americana. USA Incorporation já não consegue estabilizar a economia mundial. a crise de 2008 marca a falência do padrão Dólar e da capacidade do déficit gêmeo norte-americano funcionar como o motor da economia global.
neste G20 em Hangzhou, a China assume o protagonismo, como o grande país superavitário, na criação de um mundo multipolar. para reativar a economia global através da reciclagem de seu superávit, os chineses apresentam a proposta da nova Rota da Seda: um cinturão, uma estrada
para se contrapor a este admirável mundo novo, Obama apenas arrotou uma decadente superioridade militar. mas enquanto Hillary não consegue parar de tossir, o que USA Incorporation tem a oferecer ao mundo não vai além da perspectiva de sua guerra sem fim.
completamente alheios a um contexto global em rápida e acentuada mutação, os eternos golpistas brasileiros vêem o roteiro de sua usurpação ser detonado pelo curso dos fatos:
- não contavam com a resistência popular ao golpe;
- não contavam com a baixíssima popularidade do governo golpista;
- não contavam tornar-se hegemônica a narrativa histórica sobre o caráter golpista do impeachment;
- não contavam com o desempenho de Dilma Rousseff no Senado;
- não contavam com a rápida ascensão da bandeira das Diretas Já.
- não contavam com dezenas de milhares de manifestantes nas ruas;
o que lhes resta? apenas o uso da força.
mas como instalar uma ditadura em condições nacionais e internacionais tão diversas de 1964 e 1968?
como no mundo, vivemos também no Brasil o colapso do sistema unipolar. golpeado por São Paulo Ltda., o país se levanta numa guerra civil híbrida. um confronto que a Opus Dei paulistana não tem como ganhar, pois seu botim nada mais será que as ruínas de si mesma. (Aqui).
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O texto suscitou interessantes comentários, incluindo reparos/discordâncias veementes, com réplicas igualmente incisivas. Não obstante, salta aos olhos a influência de São Paulo Ltda. sobre a conjuntura. Afinal, presentemente, quem está cobrando dos atuais senhores do poder a imediata adoção de amargas medidas econômicas, que medidas (em sua totalidade) seriam essas e a que interesses contemplariam?

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