quarta-feira, 22 de julho de 2015

LAVA JATO: POR TRÁS DAS TARJAS PRETAS


José Serra e Veja aparecem nas anotações de Marcelo Odebrecht

Do Jornal GGN

Dica do leitor André Nunes, pelo Twitter, permitiu identificar nomes escondidos por tarja preta, no relatório da Polícia Federal sobre as anotações encontradas no telefone de Marcelo Odebrecht.
Algumas iniciais eram facilmente identificáveis, como FP (Fernando Pimentel), JEC (José Eduardo Cardozo) ou GA (Geraldo Alckmin).
A mais polêmica, no entanto, foi a de JS.
Seguindo as instruções do twitteiro, no entanto, bastou copiar a tarja (CTRL C) e colar (CTCRL V) para aparecer o nome por trás da tarja.
Copiando e colando aparece o seguinte texto:
"Identificação de Jose Serra (JS) o telefone da secretária (11) 3087.1450 está registrado em nome de Jose Serra, o endereço da Joaquim Antunes, possui telefone (11) 2157.2104 registrado em nome de Jose Serra".
Constavam da agenda de Marcelo telefones e endereço do escritório particular de Serra. 
Não foi possível aplicar o mesmo método no retângulo coberto pela tarja.
A sigla JS aparece em outro trecho do relatório.
Novamente aparece o nome José Serra debaixo da tarja.
As menções a Serra, André Esteves (dono do BTG Pactual), a revista Veja e as siglas RA e EA (possivelmente Reinaldo Azevedo e Eurípides Alcântara), e Blairo Maggi, Michel Temer, Fernando Pimentel, entre outros, permitem supor uma estratégia similar ao relatório Bisol, na CPI das Empreiteiras.
Na época, Bisol e Aluizio Mercadnte tiveram acesso a dez caixas de documentos da Odebrecht. Acabaram se enrolando na apuração e relacionando organograma da diretoria com estruturas de corrupção. De qualquer modo, a expectativa de existência de centenas de nomes inibiu os trabalhos da CPI e a própria cobertura da mídia.
Veja não foi a única publicação visitada por executivos da Odebrecht após o estouro da Lava Jato.
Há dúvidas também em relação às iniciais GM, em trecho relacionado com tributos. Pode ser Guido Mantega, conforme apontado no relatório. Mas também são as iniciais do Ministro Gilmar Mendes, do STF.
De qualquer modo, o impacto do relatório, ao menos no primeiro dia deixou a mídia sem ação. Sequer houve a exploração às menções do ex-presidente Lula no relatório da PF. (Fonte: aqui).
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Aqui - Polícia Federal tem de explicar, até esta data, 22, o porquê das tarjas pretas.
Vem aí 'Spectre', o novo filme de James Bond, o agente 007. Mas, convém alertar: trata-se de ficção. Certos detalhes da Lava Jato são bem mais eletrizantes, além de curiosíssimos...
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Para ver mais um exemplo lances curiosíssimos que acontecem em torno da Lava Jato, clique AQUI para ver como se desmonta um artifício midiático.
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Mas todo o episódio pode esconder outros propósitos, ainda mais escusos: veja a seguir a leitura feita por um analista arisco, que não se deixa engabelar:

Relatório da Odebrecht com tarjas pretas: mais uma armação

Por Miguel do Rosário

Francamente, prefiro ser chamado de paranoico do que de trouxa.
Não consigo acreditar em mais nada do que vem da Lava Jato.
Numa guerra, como se sabe, a primeira vítima é a verdade. E as mentiras são construídas não como o oposto à verdade. Não há mentiras puras, porque senão seriam apenas verdades pelo avesso.
A mentira propriamente dita é sempre uma meia verdade. Há distorções, às vezes sutis, e por isso mesmo poderosas; é aí que mora a mentira.
Esse relatório da Polícia Federal, vazado com nomes cobertos por tarjas pretas, revela antes uma armadilha, uma tática para gerar mistério e interesse na sociedade.
Qualquer internauta pode remover as tarjas pretas e os nomes continuavam pesquisáveis na ferramenta de buscar/editar.
Ou seja, as tarjas pretas são um engodo.
A troco de quê vazar um documento com tarjas facilmente removíveis?
A inclusão de JS (José Serra) pode ter sido apenas cálculo. Tipo assim: vamos jogar um nome da oposição, para criar um frisson entre petistas.
A troco de que colocariam tarja preta no nome e deixar os telefones de Serra expostos?
Como Serra é o adversário interno no PSDB de Aécio Neves, eu poderia me arriscar e dizer que mostra o dedo de Aécio.
O relatório traz nomes de governadores do PT e do PSDB (Geraldo Alckmin) e ainda fala em agentes ou delegados da PF "dissidentes", e tentativas de "melar" a Lava Jato, o que o relatório atribui aos grampos suspeitos encontrados em sala de Youssef.
A menção aos dissidentes é uma maneira de intimidar todos aqueles que não estão mancomunados com o golpe.
Não concorda com o golpe, é "dissidente".
O próprio fato de todos os nomes próprios de políticos virem com siglas, me parece um tanto ridículo, numa tática também para criar suspense artificialmente.
As siglas não escondem nada.
Estamos lidando com bandidos. E possivelmente com firmas de consultoria de marketing político e relações públicas norte-americanas, dessas que assessoram campanhas presidenciais e ajudam a derrubar governos de outros países.
Não esqueçamos que os procuradores já viajaram aos EUA duas vezes para pedir "ajuda" a autoridades americanas: primeiro contra a Petrobrás, e depois contra a Odebrecht.
Marcelo Odebrecht anotaria, pessoalmente, cifras de milhões em propinas a serem repassados a políticos e apaniguados?
Não me parece crível. (Para continuar, clique AQUI).

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