quinta-feira, 7 de maio de 2015

UM FLAGRANTE DE GUERRA INTESTINA NA MÍDIA


Os bastidores da saída de Felipe Patury da Época

Do Jornal GGN

O Secretário de Redação Diego Escosteguy teria espalhado um boato de que Felipe Patury não faria mais a coluna. Patury, que já estava bastante incomodado com a nova direção, soube e o chamou para uma acareação com o João Gabriel, na qual o Diego negou tudo.  Patury acabou por demitir-se da revista.

Ele havia sido  uma das grandes apostas de Helio Gurovitz na reforma da revista, em 2011, contratado com um dos maiores salários da redação. Internamente era considerado um profissional sério, dedicado, rigoroso e querido pelos colegas e subordinados.

Antes de Diego assumir o cargo, no final do ano, segundo foi dito, ele tratou também da demissão de Luis Maklouf  (que saiu em dezembro, uma das últimas ações de Helio Gurovitz).

Maklouf foi outra aposta de Hélio, no começo de 2011, para fazer matérias de mais envergadura, grandes perfis. Fez grandes matérias, mas nunca lhe foi dado espaço e estrutura suficientes para trabalhar, como na Piauí.

A redação, que já não estava animada antes, agora vive quase uma situação de pânico. Ao assumir, Diego criticou a revista em seu todo, tratou a redação como única culpada pela falta de qualidade da revista (que vem em decadência há muito tempo) e passou a manipulá-la de forma a criar um clima de desconforto: trocou editores de funções, alguns repórteres passam mais de um mês sem publicar, etc.

Já se vê também uma animosidade entre Diego e João Gabriel, o diretor de redação oficial. A editora pretendia, com a saída de Helio, recriar, dentro do seu contexto, a dupla Guzzo-Elio Gaspari, ou seja: um diretor com caráter institucional e o outro (Diego) cuidando da copa e da cozinha. Não demorou para a redação perceber que quem mandava de fato era Diego. João Gabriel percebeu isso há pouco tempo.

A situação está bastante grave. A revista só mantém a circulação - que já é menor que a da Istoé - porque a editora realiza descontos da ordem de 70%. Isso num cenário de real desvalorizado, recessão e queda na receita publicitária.

A piada nos corredores é de que se não fosse o padre Marcelo Rossi, a editora Globo já teria fechado. (Ágape, o livro do padre, é o mais vendido da história do Brasil.)

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A razão pela qual a revista Época não fecha, a despeito da periclitante situação em que se encontra, é que ela exerce um papel estrategicamente político para o grupo empresarial que a comanda. Ela tem de estar presente no segmento, mesmo que fracassada. Simples assim.

O jornalismo é uma atividade fascinante, sem dúvida, mas como será integrar a equipe responsável por uma publicação como Época, permanentemente no vermelho, afligida por intrigas internas, produzindo matérias sabidamente, digamos, artificiais? Clima dantesco é por aí.

NOTA:  Eu falei em matérias artificiais? Algo me diz que não fui preciso ao classificar matéria como esta tão somente de artificial...

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