terça-feira, 19 de maio de 2015

O MUNDO DE OLHO EM CUBA

                                          Porto de Mariel

Vai pra Cuba

Por Inocêncio Uchôa

Esse chavão vem sendo insistentemente propagado aqui por pessoas que buscam derrubar o governo Dilma, ainda que através de golpe militar, buscando convencer-se de que o Brasil adota o sistema do governo cubano, para onde deveriam seguir os adeptos dos ideais professados por lá.

Ocorre que em dezembro passado – e para surpresa dos arrivistas tupiniquins – o Presidente Obama, sob os auspícios do Papa Francisco, resolveu reatar relações diplomáticas e comerciais com o país de Fidel e Raul Castro, já declarando interesse em investir em voos regulares, navegação de passageiros e cabotagem, além de turismo, indústrias e outras áreas.

Foi a senha para o Japão enviar a Cuba delegação chefiada pelo Ministro das Relações Exteriores Fumio Kishida, buscando investir em indústrias automotivas, finanças, turismo, tecnologias de processo e fármacos, enquanto a China incrementará seus atuais investimentos com turismo de negócios, obras infraestruturais, estradas, ferrovias e componentes de alta sofisticação.

A Inglaterra também vai aproveitar a maré de oportunidades, tendo enviado a Cuba qualificada delegação de investidores chefiada pelo Lord Hutton of Fourness, já anunciando a aplicação imediata de U$ 400 milhões em agricultura, energia, turismo e outros projetos.

E para completar o périplo recém-iniciado com a distensão de Obama, o próprio presidente francês François Hollande levou grande delegação de empresários à Ilha, declarando a Fidel e Raul sua intenção de investir em hotelaria, aeronáutica, supermercados, bebidas, e telecomunicações, sem medo de ser feliz.

Primeiro presidente europeu a visitar Cuba desde 1986, Hollande disse, na Universidade de Havana, que “estar em Cuba é estar num país que na América Latina representa dignidade e independência”. Ressaltou o forte nível cultural do povo cubano, enquanto seus acompanhantes empresários destacavam “ser importante chegar primeiro” quando se trata de garantir espaços privilegiados para investimentos seguros.

Enquanto isso, o Brasil, parceiro de primeira hora do povo cubano – ajudou a construir o estratégico porto de Mariel por empresas brasileiras, equipamentos fabricados no Brasil e mão de obra nacional – vai ficando afastado do nascente mercado consumidor caribenho, pela insanidade de uma oposição política que não hesita em dificultar o desenvolvimento das relações comerciais Brasil-Cuba, mesmo sabendo que age contra os interesses do próprio país.

Está todo o mundo indo pra Cuba, por que não o Brasil? (Fonte: aqui.)

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(Inocêncio Uchôa é juiz do trabalho aposentado e advogado).

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Há iniciativas empresariais brasileiras na pauta: o Brasil não agiu à toa ao estreitar a parceria com Cuba. Doravante, os eternos críticos poderão, enfim, constatar que o Brasil hoje estaria no "ora, veja" caso tivesse agido com a burrice que eles, críticos, defendiam.

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