Getúlio Vargas e Franklin D. Roosevelt, em 1943.
Um pouco de história, por favor
Por Paulo Moreira Leite
A campanha contra a reeleição de Dilma Rousseff aguarda por críticos melhores e
mais bem informados.
Um dos mais empenhados sugere hoje que, se Dilma for
reeleita em 2014, aquilo que algumas pessoas chamam de “lulismo” irá completar
16 anos no governo. Para reforçar a ideia de exagero, de aparelhamento do Estado
e outros chavões do gênero, diz-se que Franklin Roosevelt, o mais influente
presidente dos Estados Unidos no século XX, ficou 12 anos no posto.
É de chorar. Roosevelt morreu no cargo em 1945, adoentado. Foi
substituído pelo vice Harry Trumann.
Democrata desde a infância, como
Roosevelt, Truman ficou na presidência até 1953. Só então os republicanos
ganharam a presidência após um jejum de 20 anos.
Trouxeram Dwight
Eisenhower, um general da II Guerra, que conseguiu fazer os eleitores esquecerem
do trágico desempenho republicano na crise de 1929, quando ajudaram a afundar o
país numa longa depressão. Eles diziam (olha a coincidência) que o mercado iria
promover o crescimento e criar empregos através da "mão invisível."
Isso
quer dizer o seguinte: se é para copiar critérios norte-americanos, como está
sugerido, a oposição deveria ficar calminha até 2022.
Como democrata,
aposto na soberania do eleitor e critico quem joga com a ignorância. Tanto
Roosevelt, Truman, Lula e Dilma só chegaram ao poder através de eleições. É
disso que se trata, mais uma vez. Ganha quem tem mais votos. Esta é a regra.
Ou será que vamos sugerir que se proíba a reeleição de candidatos
diferentes só porque são do mesmo partido?
Cada eleição é uma eleição e
envolve seus temas e seus conflitos.
Só não vale apostar na baixa
informação dos leitores, vamos combinar. (Fonte: aqui).
................
De fato, após Roosevelt os EUA aprovaram emenda constitucional proibindo a segunda reeleição do chefe do poder executivo. Nada a ver com o partido do presidente seguinte.
Uma das armas do mau jornalismo é investir na desinformação do leitor - artifício que, graças à internet e à blogosfera, vem perdendo força.
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
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2 comentários:
meu caro
Seu blog ao reproduzir textos como este informa e forma, coisa que nossa imprensa devia fazer mas faz só quando lhe é conveniente.
joão antonio
É mínima a repercussão de matérias como esta, amigo. O Paulo Moreira Leite está na IstoÉ. CartaCapital também oferece excelentes contribuições.
Além da brava blogosfera, é claro,
que merece atento acompanhamento.
Um abraço.
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