quarta-feira, 26 de abril de 2023

DALLAGNOL MENTE IMPUNEMENTE SOBRE PL DAS FAKE NEWS

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À vista da Fórum (Aqui), o senhor Dallagnol, ex coordenador da Operação Lava Jato e atualmente deputado federal, pode ser denunciado à Comissão de Ética por propagação de conteúdo mentiroso. 

          
(Deltan: ao que parece, compulsão pela mentira)

O deputado federal e ex-procurador da Lava Jato, 
Deltan Dallagnol (Podemos-PR) usou sua conta do Twitter nesta semana para difundir mentiras sobre o PL 2630/2020 que busca regulamentar as redes sociais justamente no que se refere à propagação e monetização de fake news. De acordo com Dallagnol, que nos últimos dias tornou-se um militante contrário à nova regulamentação, a lei que pretende  combater a propagação de mentiras estaria prevendo a censura até mesmo da Bíblia e da liberdade religiosa

“Meus pastores e líderes cristãos, venho pedir o seu apoio e ajuda com urgência, para impedir que nessa semana seja oficializada no Brasil a censura à liberdade religiosa. A câmara dos Deputados vota em 25 de abril a urgência de um projeto que em nome de combater fake news permitirá que a liberdade religiosa seja censurada. Sempre que você falar que o casamento é entre homem e mulher, ou se você quiser se posicionar contra a ideologia de gênero, ou se a sua fala puder soar como uma discriminação contra outras religiões, as suas pregações, falas, vídeos e textos serão derrubados das redes. Um dos objetivos desse projeto é criar um ambiente livre de discriminações em virtude de religiosidade e orientação sexual. Se essas empresas que cuidam das redes não derrubarem automaticamente conteúdos que tenham risco de abordagens ilegais, estarão sujeitas a pesadas multas, e quem vai fazer tudo isso é o Governo”, lamentou Dallagnol em postagem divulgada dias atrás. Em seguida ele reclama que postagens que violem direitos fundamentais previstos na lei brasileira sejam tiradas de ar.

Após a divulgação do vídeo, nesta terça-feira (25), data em que é votada a urgência do PL das Fake News (e não o PL em si, conforme dá a entender no vídeo), Deltan Dallagnol soltou uma segunda publicação. Dessa vez um cartaz que tenta amarrar a preocupação com a limitação da agenda de imposição de costumes que as igrejas mais alinhadas ao bolsonarismo apresentam. No cartaz, além de repetir as palavras de ordem anteriores, faz o falso alerta de uma série de passagens bíblicas que podem ser censuradas caso a nova regulamentação entre em vigor.

Os versículos que supostamente seriam censurados
Ao todo, Dallagnol dispôs 11 versículos bíblicos que seriam censurados. Quase todos versam sobre a condição da mulher no mundo e quais seriam as ordens divinas para o trato dos homens, ‘soberanos’, para com as mulheres e seus filhos.

Logo de cara, aponta Colossenses 3;18. Diz o trecho: “Vós, mulheres, estais sujeitas ao vosso marido, como convém no Senhor”. Já o segundo trecho apontado, Provérbios 13;24, ensina aos 'chefes de família' que a rebeldia da sua prole deve ser duramente castigada, jamais compreendida: “O que poupa a sua vara odeia seu filho, mas o que o ama prontamente o castiga”.

O terceiro trecho, Efésios 5;22-24, afirma que “o marido é a cabeça da mulher, assim como Cristo é a cabeça da igreja”, e ordena: “sujeitai-vos a vosso próprio marido”. Levítico 20;10, logo a seguir, prevê a pena de morte “também para o homem que adulterar”.

Logo depois vem Timóteo 2;12, que ordena à mulher que, mesmo em uma situação que exija os seus conhecimentos – e não o do marido – ela deve se calar. A lista continua com Levítico 20;13, Romanos 1;26, Deuteronômio 22;28, Coríntios 11;3 e Mateus 10;34. Todos, sem exceção, tratando da pauta de costumes.

Não se trata aqui de defender uma suposta censura, que jamais irá ocorrer, dessas passagens. Mas apontar o indicativo de que fica claro que a preocupação de Dallagnol não é necessariamente com a religiosidade, mas com a possibilidade de se divulgar interpretações específicas de pequenas passagens bíblicas em favor de uma agenda comportamental baseada em preceitos religiosos radicais que quer utilizar-se do debate e dos recursos públicos para impor seu modo de vida e de interpretação do cristianismo aos demais. (...).

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