segunda-feira, 8 de abril de 2019

O JORNALISMO SE MANTÉM FASCINANTE

(247).
O 247 dá conta de que as jornalistas Leilane Neubarth e Mônica Waldvogel, apresentadoras da GloboNews, foram afastadas por cinco dias pela emissora por terem feito críticas a Jair Bolsonaro no Twitter no episódio em que o presidente postou um vídeo de sexo explícito durante o Carnaval. A determinação faz parte das novas políticas da Globo, que proibiu os jornalistas de emitirem opiniões políticas desde o episódio com Chico Pinheiro.
Em 6 de março, após a postagem do vídeo por Bolsonaro, Leilane publicou em sua conta, mencionando o perfil de Bolsonaro: "Estou desde ontem tentando entender o que leva um Presidente da República a postar uma cena escatológica como esta". "A cena postada pelo Presidente não é como ele diz "o que tem virado muitos blocos de rua" . Trabalho no carnaval, nas ruas, há décadas e nunca vi nada parecido. Aliás em 60 anos de vida só vi tamanha escatologia neste post. E vi sem escolher... passou na minha TL", disse ainda, em outro post. Mônica Waldvogel acusou o presidente de "falta de decoro".
"No mesmo dia [da postagem], uma quarta-feira, o edição das 18h da GloboNews, telejornal do qual Leilane é a titular, passou a ser apresentado pela substituta Leila Sterenberg. Leilane só voltou na segunda, 11, cinco dias depois", informa reportagem do UOL. "Como o Entre Aspas, programa de entrevistas do qual Mônica é a titular, é exibido nas noites de terça, sua falta não foi sentida no ar, mas nesse período de cinco dias, ela também não apareceu no Em Pauta, do qual faz parte do elenco rotativo", completa a matéria.
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Recordo-me de que nos anos de chumbo cunhamos a expressão 'democracia relativa', bem como uma série fictícia (acho que de autoria de Henfil) em que personalidades diversas, compelidas pelas circunstâncias a se submeterem a situações, digamos, embaraçosas, fechavam o quadro com o seguinte desabafo: "Eu preciso sobreviver, entende?". O fato é que trabalhar num clima desses é desolador. O oficio do Jornalismo, não obstante, se mantém fascinante.
Nota: De repente, a indagação: Teria essa situação algo a ver com as duras críticas da jornalista Miriam Leitão contra Bolsonaro, desta data?

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