O gigante que querem que seja anão
Por Fernando Brito
Ontem, todos os jornais deram destaque ao trabalho do japonês Hajime Narukawa, que redesenhou, muito mais próximo da realidade, o mapa do mundo que “vigia” desde que Gerardus Mercator transformou, há quase 500 anos, a Terra em um cilindro, para representá-la num mapa plano.
O resultado, claro, foi que “quem” estava mais próximo do Equador ficou “menor” e quem estava mais próximo dos pólos “cresceu”.
O que, afinal, correspondia em parte à importância cultural e econômica do mundo “desenvolvido”: subtropical, europeu.
O mapa de Narukawa, se olhado com mais que simples curiosidade, mostra que somos maiores do que sempre pensamos olhando o velho mapa de Mercator.
Repare: maiores que os EUA, sem o Alasca.
Quase do tamanho da China, esse gigante.
Mas temos uma elite que pensa que um gigante assim pode ser anão.
Pequeno e “bem-comportado”.
Com um governo que faça “o dever de casa” como uma criança, em corpo de homem.
Obediente, quieto, fazendo “tudo o que seu mestre mandar”.
A eleita brasileira é capaz de olhar este novo mapa e dizer: mas que desperdício…
As áreas ricas deste país, se separadas da imensidão nacional, seriam nada, quase invisíveis.
Vêm-me à cabeça as palavras de ontem, de meu velho mestre Nilson Lage:
O PT foi afastado do poder não por ser PT, mas por ser Brasil.
As políticas que estão sendo destruídas vêm de muito antes do PT.
Foi Getúlio Vargas quem criou a legislação trabalhista, as primeiras escolas técnicas, a primeira universidade federal e promoveu a industrialização com a criação da primeira usina siderúrgica e da primeira fábrica de motores. Em seu segundo governo, fundou a Petrobras, a Eletrobras e possibilitou, em Paulo Afonso, o inicio do desenvolvimento da tecnologia nacional de barragens para geração de energia elétrica.
Foi Juscelino Kubitschek quem deu impulso à expansão das grandes construtoras nacionais, promoveu a ocupação do Oeste e a abertura de nova fronteira agrícola, hoje a maior competidora da agroindústria norte-americana.
Foi Jânio Quadros quem começou a formular a política externa independente que Ernesto Geisel levaria adiante, com seu esforço para aproximação com nações da África e do Oriente Médio.
João Goulart, que o sucedeu, equacionou o conflito interno gerado pelo desenvolvimento dependente do país em tempo de expansão imperialista e apontou caminhos para uma sociedade mais justa
Os governos militares cuidaram de preservar a soberania sobre a Amazônia,deslocando maciçamente tropas do Sul e criando a Zona Franca de Manaus; desenvolveram a pesquisa agropecuária e nuclear, criaram os projetos nacionais de informática, no âmbito da Marinha, e iniciaram a implantação da indústria de defesa.
Lula herdou tudo isso, após duas décadas perdidas – do PMDB de Sarney ao PSDB neoliberal de Fernando Henrique; percebeu a grandeza da herança e negociou, como é de seu feitio, para incluir nela a maioria esquecida do povo.
Direita, esquerda, corrupção, moralidade são apenas discursos, embora com paixões, lágrimas e sangue.
Quem está sendo derrotado, tenham clareza, não é o PT; é o Brasil.
As políticas que estão sendo destruídas vêm de muito antes do PT.
Foi Getúlio Vargas quem criou a legislação trabalhista, as primeiras escolas técnicas, a primeira universidade federal e promoveu a industrialização com a criação da primeira usina siderúrgica e da primeira fábrica de motores. Em seu segundo governo, fundou a Petrobras, a Eletrobras e possibilitou, em Paulo Afonso, o inicio do desenvolvimento da tecnologia nacional de barragens para geração de energia elétrica.
Foi Juscelino Kubitschek quem deu impulso à expansão das grandes construtoras nacionais, promoveu a ocupação do Oeste e a abertura de nova fronteira agrícola, hoje a maior competidora da agroindústria norte-americana.
Foi Jânio Quadros quem começou a formular a política externa independente que Ernesto Geisel levaria adiante, com seu esforço para aproximação com nações da África e do Oriente Médio.
João Goulart, que o sucedeu, equacionou o conflito interno gerado pelo desenvolvimento dependente do país em tempo de expansão imperialista e apontou caminhos para uma sociedade mais justa
Os governos militares cuidaram de preservar a soberania sobre a Amazônia,deslocando maciçamente tropas do Sul e criando a Zona Franca de Manaus; desenvolveram a pesquisa agropecuária e nuclear, criaram os projetos nacionais de informática, no âmbito da Marinha, e iniciaram a implantação da indústria de defesa.
Lula herdou tudo isso, após duas décadas perdidas – do PMDB de Sarney ao PSDB neoliberal de Fernando Henrique; percebeu a grandeza da herança e negociou, como é de seu feitio, para incluir nela a maioria esquecida do povo.
Direita, esquerda, corrupção, moralidade são apenas discursos, embora com paixões, lágrimas e sangue.
Quem está sendo derrotado, tenham clareza, não é o PT; é o Brasil.
Esta é a questão que tantos não conseguem ver. Que nossa natureza é de gigante e não de anão.
Perder nossa auto-estima, a consciência de nossa grandeza, acharmo-nos miúdos, proclamarmo-nos atrasados e incapazes, ladrões por natureza, velhacos por definição e pobres por fatalidade é nos acocorar-nos e nos atrofiar-nos.
É ficar de um tamanho menor que (o que) nos deu a projeção de Mercator, é nossa projeção “de Mercado”, onde 30 % desta imensidão funcionando já basta para fazer a festa dos negócios.
Para os outros 70%, a selva.
E 100% funcionando, ainda que deficientemente, é um perigo, porque nos faz ficar metidos “a besta” num mundo onde não “somos para ser”.
A história nos repete e repete que é uma asneira, mas nossa elite – e parte da nossa soi disant esquerda, que sonha com Paris como os coxinhas sonham com Miami – nos querem “cosmopolitas”.
E miudinhos, falando pra dentro e olhando pro chão.
(Fonte: Blog Tijolaço - AQUI).
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