segunda-feira, 5 de setembro de 2016

SOBRE O MAR DE GENTE QUE MUITA GENTE TENTA IGNORAR

Mariano.
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Dicas de leitura sobre a big manifestação (pacífica) de ontem, 4, em São Paulo:


"Senador Lindbergh diz que denunciará PM de São Paulo à OEA" - aqui.

"100 mil em protesto é um número substancial, diz Meirelles" - aqui,

"Lindbergh sobre violência da PM: "ação orientada" - aqui.

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Do Opera Mundi - Veículos de comunicação repercutem, nesta segunda-feira (05/09), a repressão da Polícia Militar ocorrida no final da manifestação contra o governo de Michel Temer neste domingo (04/09) em São Paulo, para protestar contra a destituição da [agora ex] presidente de esquerda Dilma Rousseff na semana passada em um julgamento de impeachment.
Segundo a Reuters, os organizadores afirmaram que 50 mil pessoas foram às ruas contra o governo de Michel Temer, incluindo famílias com crianças. (...) -   (Para continuar, clique AQUI).
Nota: Quanto ao número de pessoas presentes ao protesto, há controvérsia, como muito bem disse Ricardo Kotscho, em seu BALAIO:

Mar de gente no maior protesto contra Temer
Eu vi, ninguém me contou. Da janela do apartamento de um amigo, no 11º andar de um prédio na esquina da avenida Rebouças com a rua Oscar Freire, vi um mar de gente descendo da avenida Paulista para a Largo da Batata, em Pinheiros, na maior manifestação de protesto contra o presidente Michel Temer após a aprovação do impeachment na semana passada.
Por mais de 50 minutos, vi aquela multidão caminhando em blocos compactos, cantando e gritando palavras de ordem contra o governo e a favor de eleições diretas já. Ainda tinha muita gente vindo da avenida Paulista quando a comissão de frente já tinha cruzado a avenida Brasil, umas dez quadras abaixo. Havia muitas faixas, cartazes e bandeiras, mas não não vi passar nenhum mascarado.
Quantos eram? Se depender da imprensa, nunca vamos saber, porque o Datafolha não faz mais seus cálculos de manifestantes, como acontecia nas manifestações anteriores ao impeachment, e a Polícia Militar agora não divulga nem estimativas. Em todo o noticiário que vi e li, repórteres só falam em "milhares". Como sabemos, milhares podem ser 2 mil ou 200 mil pessoas.
Para efeito de comparação, eu estava a trabalho, como repórter da Folha, no primeiro comício das Diretas Já, em frente ao Estádio do Pacaembu, no longínquo mês de novembro de 1983. Os repórteres presentes, quando ainda não existiam cálculos científicos para medir multidões, registraram um público em torno de 15 mil pessoas (em janeiro de 1984, já eram 300 mil na praça da Sé, quando a campanha ganhou as ruas de todo o país). Desta vez, havia muito mais gente, posso assegurar, umas dez vezes mais do que no Pacaembu.
"Aqui estão as 40 pessoas. Já somos quase 100 mil na avenida Paulista", anunciou Guilherme Boulos, do MTST, um dos organizadores do protesto, quando a passeata começou a caminhar em direção ao Largo da Batata, referindo-se a um comentário sobre os atos de protesto feito na véspera pelo presidente Temer na China, onde se encontra em viagem oficial.
"As 40 pessoas que quebram carro? São pequenos grupos, parece que são grupos mínimos, né?  Não tenho numericamente, mas são 40, 50, 100 pessoas, nada mais que isso. Agora, no conjunto de 204 milhões de brasileiros, acho que isso é inexpressivo", havia dito o presidente. No mesmo dia, o ministro de Relações Exteriores, José Serra, classificou os atos de "mini, mini, mini, mini, mini, mini".
Não foi isso que se viu no domingo em São Paulo. Nem os organizadores do protesto, que esperavam 30 mil manifestantes na Paulista, podiam imaginar que o ato ganhasse esta dimensão. À medida em que a passeata prosseguia, mais gente que vinha das ruas vizinhas e descia dos prédios ia engrossando esse mar de gente que passava pela janela.
Só no final do protesto, quando os manifestantes já se dispersavam, estourou uma confusão na entrada da Estação Faria Lima do metrô, que havia fechado suas portas por receio da superlotação. Durante o ato, um esquema de segurança formado pelos próprios organizadores impediu a ação de black blocs, os vândalos que depredaram imóveis públicos e privados e entraram em confronto com a polícia na semana passada.
"A tropa de choque entrou no meio da manifestação para provocar, depois começaram a jogar bombas e jatos de água. Foi premeditado", denunciou Boulos, do MTST.
O tenente coronel Henrique Mota, que comandou a operação, reagiu ao ser indagado pelos repórteres sobre a acusação dos manifestantes. "A sua pergunta é cretina. Aqui é para preservar as pessoas que vieram se manifestar. A manifestação foi linda, bonita, maravilhosa, da Paulista até aqui. Depois, elementos que estavam lá começaram a jogar garrafa. Tinha mascarado no meio e você viu", disse ele à Folha.
Segundo a BBC Brasil, um dos seus repórteres foi agredido com golpes de cassetete por policias, mesmo após ter se identificado como jornalista, relata o noticiário do jornal, na matéria "Milhares protestam contra Temer em SP" (página A6). Novo protesto contra o governo e pelas eleições diretas já foi marcado para os dias 7 e 8, quarta e  quinta-feira, no mesmo Largo da Batata, com início previsto para as 17 horas.
E vamos que vamos.
Vida que segue.
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Algo está a dizer-nos que os atuais donos do poder estão empenhados em arrumar um ou mais pretextos invocáveis para a quebra total do Estado Democrático de Direito - a exemplo do que aconteceu durante e no pós 64...

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