Piketty e a Legião de Honra
Por Paulo Gurgel
O economista francês Thomas Piketty (foto), autor do livro "O Capital no Século 21", rejeitou nesta quinta-feira a nomeação para a mais alta distinção de seu país, a de cavaleiro da Legião de Honra (Legion D'Honneur).
Piketty, de 42 anos, é professor na Escola de Economia de Paris. A tese central de seu festejado livro — cujo título é uma alusão a "O Capital", de Karl Marx — é que a desigualdade não é um acidente, mas uma característica do capitalismo e os excessos só podem ser alterados por meio da intervenção estatal.
"Eu recuso esta nomeação porque eu acho que não é papel de um governo decidir quem é honrado”, justificou ele à agência de notícias France Presse.
Para ele, o governo francês"faria bem em se concentrar em estimular o crescimento da França e da Europa", em vez de distribuir essas premiações. A condecoração foi concedida a um total de 691 pessoas, que tiveram os nomes publicados no Diário Oficial francês desta quinta-feira.
Outras personalidades, como Pierre e Marie Currie, Claude Monet, Albert Camus, Brigitte Bardot, Jean-Paul Sartre e Jacques Tardi, também dispensaram o prêmio, por razões diversas.
Criada por Napoleão Bonaparte, em 1802, a Legião de Honra atualmente conta com 92.000 membros condecorados por seus "méritos a serviço da França", a título civil ou militar. (Fonte: aqui).
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Thomas Piketty com certeza aplaudiria a regulamentação e acionamento do artigo de nossa Constituição Federal relativo ao imposto sobre grandes fortunas - eis uma das inúmeras razões pelas quais economistas, analistas e muitas outras celebridades tupiniquins fazem vista grossa e ouvidos moucos a seus argumentos.
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