terça-feira, 8 de outubro de 2013

TELEFÔNICAS SE LOCUPLETAM (II)


Celular mais caro - e mais injusto - do mundo, a obra de FHC que Bernardo conserva

Por Fernando Brito

Os números da União Internacional de Telefonia, divulgados nesta segunda-feira, mostrando que o Brasil tem a telefonia celular mais cara do mundo, jogam por terra a única área em que os tucanos se gabavam dos resultados em “eficiência” da privatização.

A estrutura tarifária da telefonia celular no Brasil é, além de tremendamente cara e absolutamente irracional, a mais injusta socialmente.

Tremendamente cara porque nos coloca como o país onde o minuto de ligação é o mais dispendioso do mundo.

Completamente irracional porque viramos o país onde o cidadão anda com dois ou três telefones, para driblar, com as promoções de cada operadora o custo proibitivo do uso do celular.

Temos 260 milhões de celulares e 196 milhões de habitantes, o que dá 1,35 aparelho por brasileiro. Se descontarmos os que não possuem celular por diversas razões, econômicas, etárias ou geográficas, vamos chegar bem perto de dois aparelhos por usuário.

E socialmente injusta porque o pobre paga muitíssimo mais que o que tem um pouco mais de dinheiro para usar o mesmíssimo serviço.

Mais de 80% dos usuários de telefonia celular usam os planos pré-pagos. E, por isso, pagam preços que chegam, no caso dos planos pós-pagos de mais minutos, tarifas por tempo de até o triplo do celular “de conta”.


O blog Dr. Money, de Marcelo Guterman, fez as contas e mostra, como você vê no gráfico acima, que mesmo no caso de planos pós pagos de minutagem relativamente baixa, a diferença fica na casa dos 65% e vai aumentando e muito no montante quanto mais se usa – e como se usa, hoje – o celular.

O modelo selvagem de privatização do setor, sem regras universais para a interconexão entre operadoras e sem regras de tarifação claras e compreensíveis, faz as coisas serem assim: quem tem menos, paga mais, quem tem mais paga menos.

O ministro Paulo Bernardo, que um dia foi a esperança de se disciplinar as telefônicas, vai para o final de seu período sem ter absolutamente nada para mostrar em matéria de “civilização” da telefonia brasileira.

A única “vantagem” da telefonia celular brasileira é que ela é tão ruim, cai tanto, que deve dar trabalho dobrado aos espiões americanos… (Fonte: aqui).

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