quarta-feira, 17 de outubro de 2012

BANCOS ESTATAIS NA LINHA DE FRENTE CONTRA A CRISE


70% da alta do crédito vem do BB e da Caixa

Os bancos públicos responderam por 71% do aumento do estoque de crédito no País em 2012, enquanto os privados nacionais tiveram participação de 17% e os privados estrangeiros, de 12%. Os dados, extraídos do relatório de política monetária e crédito do Banco Central (BC) de agosto, foram compilados pelo economista Roberto Luís Troster, que durante anos dirigiu a área econômica da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

A diferença no desempenho repete o cenário de 2008 e 2009, quando as instituições controladas pelo governo federal também expandiram os empréstimos em velocidade muito superior à dos concorrentes privados. Para muitos analistas, porém, as semelhanças param por aí. (...).

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Ao ler integralmente a matéria, o leitor perceberá um propósito: 'desacreditar' o trabalho dos bancos estatais, classificar como 'temerária' a ampliação do crédito etc. Na verdade, setores acostumados a ganhar muito dinheiro numa boa estão se sentindo incomodados...

A propósito, transcrevo parte do comentário que acabei de produzir na citada matéria:

"A constatação: sem os bancos estatais, o Brasil estaria no buraco. A partir de 2009, a banca privada simplesmente cruzou os braços. Lula reduziu o compulsório, mas isso não surtiu efeito. Foi preciso então determinar aos bancos estatais (BNDES, BB, CEF, BASA e BNB) que ampliassem o crédito. A partir daí, pela primeira vez os bancos estatais superaram os privados em aplicações totais. Sem isso, o Brasil inevitavelmente teria afundado. É isso que deixa os neoliberais cada vez mais furibundos. (...).

A ampliação do crédito também passa pelo apoio ao setor agropecuário. Informem-se, por exemplo, da expansão do PRONAF a partir de 2009. Atuar nessa área é bem mais oneroso para as agências, sem contar o risco. A banca privada não quer aproximação. Mas os bancos estatais (BNB e BB) continuam no front - e ampliando o montante de aplicações.

O BNDES disponibiliza robustas somas para todos os bancos (inclusive privados, como Bradesco), que são remunerados no trabalho de repasse dos recursos (basicamente para investimentos) a produtores/empreendedores. Quem se dispuser a verificar a evolução das aplicações nos últimos quatro anos ficará agradavelmente surpreso.

E tudo sem perder de vista a necessidade de manter hígidos os números dos bancos - valendo lembrar que o Brasil observa rigorosamente as diretrizes traçadas nos diversos Acordos da Basileia (I, II e III), sob coordenação do BIS (espécie de Banco Central dos bancos centrais de 'n' países mundo afora), notadamente as relacionadas a risco e provisões.

Num ambiente de Selic civilizada, o caminho para os bancos é esse mesmo: ampliar responsavelmente o crédito. Para desespero dos rentistas e especuladores e seus porta vozes iluminados tipo Fraga e Maílson."

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