sábado, 3 de dezembro de 2011

AÇODAMENTO SELETIVO


Há escândalos e escândalos. Uns são obsequiosamente ignorados pela imprensa e instâncias constitucionalmente investidas da prerrogativa de apurá-los, outros são espalhafotasamente divulgados independentemente da apresentação/comprovação dos atos delituosos. É o denuncismo seletivo.

No caso do trabalhoso ministro Lupi, a Procuradoria-Geral da República está a aguardar o desenrolar dos fatos envolvendo corrupção com ONGs, para então decidir pela apresentação de denúncia. No que respeita a transgressões trabalhistas do ministro do trabalho, há sindicância tramitando na Câmara dos Deputados.

Já no âmbito da Comissão de Ética da Presidência, observou-se o seguinte: foi por ela solicitada a manifestação do ministro acerca de irregularidades. O ministro as forneceu. Esperava-se, claro, que a Comissão, após deliberar a respeito, enviasse sua conclusão à Presidência, acompanhada dos fundamentos da decisão.

Mas não, o que se viu foi a imprensa divulgar que a Comissão recomendava à Presidência a demissão do ministro, e estamos conversados. Ou seja, a Presidência foi informada pela imprensa.

O trabalhoso ministro tem, mesmo (ao menos, desde logo, em face da vertente política), de ser despachado.

Mas, que a Comissão de Ética agiu, digamos, aeticamente, agiu.

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Charge: Alecrim.

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