sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

RAMAGEM FURTOU CELULARES E NOTEBOOKS DA ABIN: "PODERIA DEVOLVER, MAS NÃO DEVOLVI"

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Ao menos seis celulares e quatro notebooks foram encontrados pela Polícia Federal em cumprimento de mandados de busca e apreensão na casa, no apartamento funcional e no gabinete do bolsonarista, ex-diretor da Abin.

                  (Ramagem na CPMI do 8/1)

Na Fórum:
Durante o
 cumprimento dos mandados de busca e apreensão na casa, no apartamento funcional e no gabinete de Alexandre Ramagem (PL-RJ), a Polícia Federal (PF) recuperou seis celulares e quatro notebooks que o bolsonarista furtou da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin.

Ramagem é investigado por estruturar uma organização criminosa dentro da agência, a Abin paralela, que monitorou ilegalmente cerca de 30 mil brasileiros, entre autoridades, políticos e professores. O órgão tinha como objetivo abastecer Jair Bolsonaro (PL) e seu clã sobre andamento de investigações e adversários políticos.

Em entrevista à GloboNews nesta quinta-feira (25), Ramagem admitiu ter surrupiado os aparellhos que pertencem à União. No entanto, segundo ele, os equipamentos eram antigos e foram "trocados por novos".

“O que levaram da minha residência, se houve computador que era da Abin ou telefone, foram trocados por novos. Não tem utilização há mais de três anos, sem uso. Mesmo sem uso não devolve. Poderia devolver, mas não devolvi”, afirmou.

Após o desencadeamento da operação, Ramagem se negou a prestar depoimento à Polícia Federal e avisou aos investigadores que só vai falar quando tiver acesso ao inquérito.

Alexandre de Moraes

Foii graças a um despacho do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que a Polícia Federal pôde fazer na manhã desta quinta-feira (25) uma megaoperação contra o ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem e outros 7 agentes envolvidos naquilo que a PF, a PGR e o STF (representado por Moraes) caracterizam como uma organização criminosa.

Utilizando o software israelense FirstMile, promovido pela Cognyte, os agentes - todos levados para a Abin por Ramagem durante o governo Bolsonaro - montaram uma organização paralela dentro da agência, que não passava pelo crivo do Departamento de Operações para utilizar o software e espionar mais de 30 mil cidadãos brasileiros.

Entre os pontos altos da trama esteve uma operação ilegal que buscavam reunir "informações" que associassem o próprio Moraes e Gilmar Mendes, ambos ministros do STF, além de deputados federais, ao PCC. O grupo também espionou o personal trainer de Jair Renan, filho '04' de Jair Bolsonaro, para incriminá-lo em processo contra o jovem membro do clã por favorecer mineradoras.

Ainda tem destaque a trama para atrapalhar as investigações em torno do esquema de rachadinhas de Flávio Bolsonaro, o príncipe do clã, e as investigações sobre o assassinato de Marielle Franco mediante espionagem da procuradora que cuidava do caso.

Apesar de Moraes não ter afastado Alexandre Ramagem do seu atual cargo de deputado federal, ele tampouco rejeita a hipótese em um futuro próximo, a depender de como as investigações se desenrolem.

Organização Criminosa

A investigação apura a utilização do sistema de inteligência First Mile pela ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) no monitoramento de dispositivos móveis, sem a necessidade de interferência e/ou ciência das operadoras de telefonia e sem a necessária autorização judicial.

Segundo informado pela Polícia Federal, o referido sistema, fornecido pela empresa Cognyte Brasil S.A., é capaz de identificar a Estação Rádio Base (ERB) indicando a localização de qualquer celular monitorado.

A Polícia Federal identificou a existência de uma organização criminosa, nos moldes do art. 2º da Lei nº 12.850/2013, com intuito de monitorar ilegalmente pessoas e autoridades públicas, em violação ao art. 10 da Lei 9.296/96 (com redação dada pela Lei nº 13.869/2019), invadindo aparelhos e computadores, além da infraestrutura de telefonia, incidindo no art. 154-A do Código Penal (com redação dada pela Lei 12.737/2012) e apontou a existência de diversos núcleos distintos dentro da organização criminosa, todos responsáveis pela execução das infrações penais. (...).

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