terça-feira, 3 de janeiro de 2017

O DESMONTE DO LEGADO DE OBAMA


Novos congressistas republicanos miram o legado Obama

Da Deutsche Welle

O novo Congresso dos Estados Unidos toma posse nesta terça-feira (03/01), consagrando o domínio de uma maioria republicana ansiosa para pôr fim a algumas das principais conquistas do presidente Barack Obama. A lei de assistência médica, conhecida como Obamacare, e regulamentações ambientais e industriais estão entre os principais alvos dos congressistas, que já antecipam a agenda liberal do presidente eleito, Donald Trump, que assume o cargo no dia 20 de janeiro.
Antes mesmo da posse do novo Congresso, o legado político de Obama já sofreu uma ameaça significativa. Os republicanos na Câmara dos Representantes votaram nesta segunda-feira pelo fim da autonomia do Gabinete de Ética do Congresso, um órgão independente criado em 2008 – ano da posse de Obama na presidência – para investigar denúncias de má conduta de parlamentares, após a prisão de alguns congressistas envolvidos em escândalos de corrupção. 
Os democratas protestaram, afirmando que o objetivo seria obliterar supervisões independentes das atividades dos congressistas antes mesmo do início da nova legislatura. Críticas também vieram do próprio partido, inclusive de Trump, e na tarde desta terça-feira os republicanos na Câmara dos Representantes acabaram voltando atrás em seus planos para o Gabinete de Ética.
Proposta criticada
Pela proposta, o Gabinete de Ética, considerado excessivamente intrusivo pelos republicanos, ficaria submetido ao controle do Comitê de Ética da Câmara, dirigido pelos próprios parlamentares, e trocaria de nome, passando a se chamar Gabinete de Verificação de Queixas do Congresso.
A líder democrata Nancy Pelosi, que criou o Gabinete de Ética do Congresso quando era presidente da Câmara, criticou a medida. "Evidentemente, a ética é a primeira vítima do novo Congresso republicano", afirmou.
Trump, por sua vez, afirmou que apesar de o Gabinete de Ética ser "injusto", os republicanos na Câmara dos Representantes deveriam focar neste momento em prioridades da política doméstica, como saúde e reforma fiscal.
Obama planeja para esta quarta-feira uma de suas raras visitas ao Congresso para discutir com os parlamentares democratas estratégias para tentar salvar sua política de saúde. Os republicanos no Senado, porém, planejam começar a demolir o Obamacare já nesta terça-feira. Nos próximos meses, os parlamentares devem trabalhar em legislações que visam anular amplamente diversos aspectos da lei de assistência médica. 
Em meio a essa agenda bastante atribulada, os senadores ainda terão que debater e confirmar as nomeações para o gabinete de Trump, num processo que não deverá transcorrer pacificamente. Alguns dos indicados pelo presidente eleito enfrentam rejeição não apenas de democratas, mas também de líderes do Partido Republicano. (Aqui).
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Bob Englehart. (EUA).
Desde o lançamento, o Obamacare vem sendo combatido pelo Partido Republicano. A agremiação chegou a recorrer à Corte Suprema, que, por maioria de 1 voto - o do presidente da Corte -, preservou a iniciativa de Obama. O martelo agora está nas mãos dos próprios adversários do SUS, quero dizer, Obamacare. Business as usual...
(Quanto ao SUS, que já vai mal, experimentará engessamento a partir de 2018, que poderá se estender por quase duas décadas - particularidade que certamente servirá de reforço à criação de um 'plano de saúde popular'. Afinal, business as usual).

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