sexta-feira, 6 de novembro de 2015

RIVELLINO, O SUPER-HERÓI

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Viva Riva!

O craque Rivellino começará 2016 comemorando 70 anos, e os amantes do futebol e fãs do rei do elástico é que somos desde logo presenteados com sua biografia! 

Marcelo Migliaccio, titular do blog Rio Acima, que acompanho, esteve no lançamento da obra. O relato do fã é o seguinte:

O super-herói

                     Rivellino e Marcelo Migliaccio, fã de carteirinha.

Futebol não se aprende. Você joga ou não joga. Aos 3 anos, Roberto Rivellino já chutava do seu jeito mágico. Sua carreira foi tão brilhante, a tantos ele encantou mundo afora, que agora sua vida virou um livro. Um craque como Rivellino já nasce no auge, pronto, um campeão.



Eu era o segundo da fila. Na minha frente, um quase eu. Nasceu no mesmo ano, quatro meses depois de mim, tricolor, claro, apaixonado por Rivellino desde a mais tenra infância. Enquanto o ídolo não chega, meu novo-velho-amigo me conta sua história com o dono da perna esquerda mais genial do mundo:

- Quando eu tinha 12 anos, estava saindo com meu pai do Maracanã e o Rivellino vinha saindo também. Eu estava chupando um picolé e ele chegou e disse pra eu pagar um sorvete pra ele. Meu pai pagou um picolé de limão pro Rivellino!

Eu disse pra ele lembrar isso na hora em que o gênio da bola fosse autografar seu livro, embora eu saiba que todo ídolo, no fundo, despreza os fãs. Atrás de nós, surge o terceiro da fila, um senhor careca e de óculos. Sério.

- Mais um fã do Rivellino... - puxo assunto.

- Joguei com ele - diz o sujeito, com voz mansa.

- Peraí, eu te conheço de algum lugar... você...

- Zé Roberto.

- Caramba! Você é o Zé Roberto?

- Sim, vim lá de Três Rios.

- E eu vim de Teresópolis - diz meu novo-velho-amigo tricolor.

E ficamos lá, ouvindo as histórias que o Zé Roberto contava de sua convivência com Riva na Máquina de 1975. Ele lembra a única vez em que ousaram colocar o craque do time no banco de reservas. Foi num amistoso, no Maranhão talvez. Zé, então um garoto, aproveitou para tintar o ídolo que nunca sentava ali ao seu lado. Pegou um cadarço da chuteira, imitou o bigode famoso do companheiro e pediu que tirassem uma foto...


O técnico Jair da Rosa Pinto, que cometeu a heresia de barrar um gênio, foi demitido assim que desembarcou no Rio.

Mais gente vai chegando à livraria, repórteres, cinegrafistas, tricolores de toda a Terra...


De repente, vislumbro o bigode inconfundível lá na entrada.

- O homem chegou!


E lá vem o Rivellino, com aquele andar característico de boleiro das antigas, jogando as pernas como se estivesse se aquecendo para entrar em campo. Mas o tempo passou, o show nos campos terminou, segue apenas na nossa memória, pra sempre. O Garoto do Parque agora é um senhor, calvo, barriga saliente, muitas rugas que nos contam o início fulminante no Corinthians, a perseguição da Fiel, a redenção no Rio, três Copas do Mundo, vida de sheik na Arábia Saudita...

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