segunda-feira, 8 de outubro de 2018

TENTANDO EXPLICAR O FENÔMENO


.Do leitor Edson Sá: 
"Bolsonaro consegue penetração nas populações por uma determinante principal: o discurso moralista. Segundo, soube agregar os grupos evangélicos, mais factível possível. Não é um movimento novo: nos próprios Estados Unidos, os grupos evangélicos são determinantes na maioria das políticas ligadas ao Partido Republicano. Trump não é nenhum bom mocinho, mas se adéqua com maestria à política retrógrada ligada do séquito protestante. O evangelismo dá uma nova identidade e pertencimento alinhado a costumes conservadores, para não dizer retrógrados. Eu particularmente tenho muitos conhecidos evangélicos e minha saudosa mãe era uma praticante, mas com o tempo mudou muito o sujeito evangélico devido ao boom, perderam referências. Antes vistos como sujeitos de modos interiorizados, simples, pacíficos, caridosos e de profundo respeito, emergem hoje cidadãos muito focados na aparência, enriquecimento, ostentação, com certa aversão a qualquer política que foge à sua comunidade, muitos gostam da violência e fazem referência de armas e violência, mesmo a costumes mundanos, que anteriormente condenavam. Como parafraseando a bíblia, precisa separar  o joio do trigo, mas que é um acontecimento determinante social político, isso é sim! E também, com a popularidade e ascensão, os evangélicos se diluem, perderam a essência e isso será um novo desafio pois seu público poderá se sentir à frente traído."

.Do leitor cognominado 'Antipaneleiro':
"Não é o discurso nem a religião (apesar dos neopentecostais realmente viverem em outro mundo!). É o WhatsApp, estúpidos!! A Globo pode até apoiar Haddad explicitamente, mas é pelo aparelinho do bolso que o Bolso leva. Argumentos racionais infelizmente não irão funcionar. Argumentos econômicos talvez convençam uma boa parcela, mas quem está jogando com a Cambridge Analytica e com o TSE tem tudo para ganhar. É como usar anabolizantes e ainda comprar o árbitro, nem Pelé (Lula) consegue!"





(Comentários pinçados entre os suscitados pela avaliação de Marcos Coimbra sobre o 'fenômeno' Bolsonaro: "Bolsonaro conseguiu estabelecer diálogo com o eleitor popular", publicado do GGNAqui:


"Para o diretor do Vox Populi e um dos principais especialistas em pesquisas de opinião, Marcos Coimbra, o fenômeno da rápida ascensão do candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro (PSL), guarda relação com a capacidade de estabelecer um diálogo com o eleitor popular.
'Que é algo que os candidatos do centro-direita no Brasil sempre tiveram dificuldade. Ou vieram de fora, prontos, como o de Fernando Henrique Cardoso, do plano Real, ou o diálogo era difícil de estabelecer", afirmou.
Ao ser questionado pelo jornalista Luis Nassif sobre quem ocupa o espaço 'centro-direita', Marcos Coimbra acredita que ainda é precipitado falar, mas que haverá uma mudança, por exemplo, na postura do antigo PMDB, hoje MDB."
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Ao que o leitor André Oliveira arrematou: "Diálogo? Que diálogo? Ele não fala nada!" E este blog contrapõe: Fala sim, André, e muito. Basicamente via celular/TV. Prepara tudo, avalia e oferece ao público, mas só virtualmente, sem contraditório. Nem precisa queimar sola de sapato: a mídia, diligentemente, se encarrega de divulgar, em nível nacional. Campanha mais cômoda e eficaz, impossível. Mas, isto, registre-se, até o final do primeiro turno; em princípio, doravante o 'olho no olho', como disse o candidato Haddad, passará a dominar a cena. Em princípio, repetimos, isso deverá acontecer. Em princípio).

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