terça-feira, 14 de julho de 2015

BAQUES NA ECONOMIA SEGUEM CÉLERES


"Gesner Oliveira não é pouco tucano, não.
Tanto que foi um dos principais conselheiros da campanha de José Serra, em 2010, e foi indicado pelo senador tucano para a direção da Sabesp, depois de ter sido dirigente do Conselho Administrativo de Defesa  Econômica (o Cade, que, em tese, tem o dever de impedir a formação de cartéis e monopólios) no Governo Fernando Henrique.
Mas até ele se diz chocado com os danos ao Brasil causados pelo que está sendo feito pela mídia e pelo juiz Sérgio Moro, em artigo publicado hoje na Folha, assinado também pelos seus dois sócios, Fernando Marcatto e Pedro Scazufca:
“Exercício simples utilizando dados do IBGE mostra que o potencial de destruição de renda e emprego de uma Operação Lava Jato mal conduzida pode custar mais de R$ 200 bilhões em termos de PIB e mais de 2 milhões de empregos.”
É preciso dizer mais sobre a política de “terra arrasada” com que se pretende inviabilizar o funcionamento do Governo?
R$ 200 bilhões são quatro por cento do Produto Interno Bruto do Brasil e dois milhões de empregos representam 5% de todos os trabalhadores formais do país!
O que Oliveira chama de “excessos e espetaculariazação da Lava Jato” são (...) ”um passo na direção de algo pior que a recessão vivida atualmente: a depressão”.
Mas parece que os grandes jornais do país estão sendo feitos por jornalistas naquele estilo “mundo cão”, como faz hoje a mesma Folha, publicando uma matéria vazia, sem a indicação de um nome ou circunstância qualquer, apenas pelo choque que pode produzir, dizendo que “Dinheiro desviado da Petrobras também pagou prostitutas de luxo”, uma “plantação” de notícias típica da meganhagem, que se desobriga da apresentação de qualquer prova sólida, pois  “a força-tarefa da Lava Jato não utilizou esse papel e as explicações dos delatores sobre o emprego de valores desviados para contratação de prostitutas”.
Ou seja, o que a Folha publica não apenas é lixo como, também, foi para o lixo da própria polícia, embora se possa reproduzir irresponsavelmente no jornal, para colocar temperos mais picantes no caso…
Essas e  outras obrigariam a qualquer sistema judicial que se respeitasse – e aí incluem-se o Judiciário, o MP e a Polícia Federal, que está sob a autoridade do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso – a promover, no mínimo, uma “freada de arrumação” nos vazamentos sórdidos que se produzem ali.
No entanto, diz o artigo (de Gesner...), há um desejo incontido de saciar uma “sanha irracional por vingança”.
O que Gesner Oliveira não diz é que esta vingança é do voto."




(De Fernando Brito, em seu blog Tijolaço, post intitulado "Lava Jato escandaliza até economista tucano" - aqui.
Sintomaticamente, Brito acaba de publicar informação dando conta dos estragos verificados na indústria naval - ecos da Lava Jato. Trechos:
"...O Sindicato da Construção Naval divulgou, semana passada, os números do emprego nos estaleiros.
De dezembro a junho deste ano, os estaleiros, em todo o país, fecharam 14.472 postos de trabalho: o número de trabalhadores caiu de 82.474 para 68 mil, agora.
A quatro pessoas na família de cada trabalhador desempregado, são perto de 60 mil brasileiros  em dificuldades.
E uma inflexão na chamada “curva de aprendizado” essencial para o desenvolvimento tecnológico da construção de navios que cobrará seu preço por muito tempo depois da esperada recuperação do setor.
(...)
"...Logo, com a entrada de operação de novos poços, vamos precisar de navios de grande porte, os “aliviadores”, que recolhem o petróleo nos navios-plataforma e o transportam para as refinarias ou os levam aos terminais de exportação.
Se não recuperarmos rapidamente a nossa capacidade de produzir grandes embarcações, teremos de recorrer a afretamentos no estrangeiro.
E indústria naval não é algo que se reconstrua do dia para a noite").

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