Apesar da crise...
O tom catastrófico adotado por grande parte da mídia para retratar a situação da economia brasileira (...) foi contestado nas redes sociais nessa semana. Vários sites reproduziram artigo do blogueiro Pablo Villaça, comparando a “catástrofe anunciada” com dados positivos divulgados pela mesma mídia neste ano.
Com o título “Apesar da crise e o jornalismo brasileiro”, Villaça publicou algumas manchetes que contradizem o “cenário apocalíptico” promovido por grande parte da imprensa.
Algumas manchetes de situações da realidade que refutam o pessimismo exagerado:
-“Apesar da crise, cinemas do país têm maior crescimento em 4 anos”;
- “Apesar da crise, organização da Flip (evento literário em Paraty) soube driblar os contratempos: mesas estiveram sempre lotadas”;
- “Apesar da crise, vendas da Toyota crescem 3% no primeiro semestre no Brasil”;
- “Apesar da crise, Riachuelo vai inaugurar mais 40 lojas em 2015″;
– “Apesar da crise, Rock in Rio conseguiu licenciar 643 produtos – o recorde histórico do festival”;
- “Honda tem fila de espera por carros e paga hora extra para produzir mais apesar da crise”.
O blogueiro Pablo Villaça encerra seu artigo com uma constatação: “A crise que nós vivemos no país é a de falta de caráter do jornalismo brasileiro”, lamentou. (Fonte: aqui).
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A propósito, permito-me sugerir a leitura do artigo "A crise e a política da crise", por Elias de Oliveira Sampaio:
"O ano de 2015 vem se desenhando como o primeiro ano de uma série de anos muito difíceis que podem estar por vir. Não se trata de pessimismo e muito menos de desesperança, mas o ambiente social, político e econômico brasileiro se encontra em um momento de tensão jamais visto após a ditadura militar. Maior do que uma crise em si, há um “sentimento de crise” pairando sobre nosso país numa dimensão muito maior, até o momento, do que os efeitos concretos dos problemas que vem se estruturando.
Uma das explicações plausíveis para tal argumentação são os mais de vinte anos, praticamente interruptos, de melhoria relativa de bem-estar social. Em cenários como esses, a simples possibilidade de alguma inflexão que traga qualquer prejuízo para esse bem-estar, por menor que seja, pode levar alguns atores sociais a ter uma perspectiva mais assustadora do que, de fato, vem ocorrendo no nosso dia a dia ou possa vir a acontecer.
Não estamos alienados em relação aos problemas reais que vimos enfrentando, desde as questões ligadas a corrupção, exaustivamente divulgadas pelos meios de comunicação e pela sociedade política, até os desdobramentos da crescente crise de confiança nos governos, na economia e, especialmente, na política, cujos efeitos deletérios nessas respectivas áreas da sociedade já vêm sendo sentidos a olhos nus. No entanto, existe algo anterior a tudo isso que pode não justificar a crise, mas nos ajuda a entender essa supervalorização da “sensação de crise”: parte significativa de nossa população, principalmente os jovens e os adultos jovens, nunca se depararam, individualmente, com a instabilidade macro política e macroeconômica, nos termos que estamos observando hoje. (...)."
(Para continuar, clique aqui).
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