segunda-feira, 13 de julho de 2015

A CONJUNTURA SEGUNDO A CNBB


CNBB critica 'politização da Justiça' e 'ausência do princípio da imparcialidade'

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil criticou a agenda “hostil aos direitos humanos” do Legislativo, a politização do Judiciário com base na Lava Jato e o ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff. A avaliação está na última análise de conjuntura da entidade, datada dia 30 de junho.
O objetivo do documento, segundo a CNBB, é oferecer a bispos e assessores a “possibilidade de dialogar sobre o momento atual e sua incidência na missão específica da entidade”. Além dos temas nacionais, a entidade trata da reforma política no Chile e do escândalo da Fifa.
No capítulo sobre o Legislativo, a CNBB aponta uma aceleração da agenda política que deixa o Executivo na defensiva, permitindo a propagação da “tese de que se vive quase um ‘parlamentarismo no Brasil'”, e pautas voltadas a “interesses econômicos”, a maioria “refratária à garantia de direitos”.
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No documento, a CNBB também diz que há um crescimento da “politização da Justiça”, com uma “atuação seletiva” de membros do Judiciário que fazem uma “abstração do princípio fundamental da imparcialidade”.
Sem mencionar a operação Lava Jato, que investiga esquema de desvios e propina envolvendo a Petrobras, empreiteiras e partidos políticos, a Confederação diz que o caminho “coloca em risco o ordenamento constitucional do país”. “Estabelece-se assim um rito sumário de condenação, agravando os direitos fundamentais da pessoa humana, seja ela quem for”, destaca o documento. “Não se faz justiça com açodamento de decisões ou com uma lentidão que possa significar impunidade.”
Na opinião da entidade, há ruptura de princípios jurídicos fundamentais, como a presunção de inocência e o devido processo legal, e uso da delação premiada como objeto de “pressão sobre acusados e de ‘premiação’ em dinheiro sobre o que poderá ser retomado de recursos públicos”. “Tais práticas, realizadas com os holofotes da grande mídia brasileira, transformam réus confessos em heróis”, afirma o texto.
A CNBB vê a política econômica do segundo mandato de Dilma Rousseff, mais ortodoxa, como “boa para o capital, ruim para o trabalho”. (Fonte: Diário do Centro do Mundo - aqui).
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A OAB tem manifestado publicamente sua má impressão quanto ao comportamento de segmentos judiciais, notadamente na Lava Jato. Agora, a CNBB alinha críticas veementes relativamente a temas em voga em nosso país (politização da Justiça, desrespeito aos princípios da imparcialidade, da presunção da inocência e do devido processo legal, 'dirigismo' das delações premiadas, holofotes midiáticos seletivos, entre outras anormalidades). Os porta-vozes e condutores do 'outro lado', claro, tratam de ignorar os protestos. Seguem fielmente o 'script' - onde, ao que se vê, a indiferença às críticas, partam elas de onde partirem, ocupa lugar de destaque.

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