"Dilma Rousseff recebeu um mimo de um funcionário do restaurante A Favorita, em Belo Horizonte. No prato de sua sobremesa estava escrito: "Sempre nossa Presidenta". O dono do estabelecimento, então, manifestou-se com uma grosseria supostamente incompatível com o público educado de seu restaurante. Fernando Areco Motta afirmou que isso aconteceu porque ele não estava no país e que aquilo não refletia a "opinião do restaurante".
Passou recibo. Ali estava o funcionário "desautorizado" de um lado e o patrão intolerante que acha que pode tolir as opiniões políticas de seus funcionários de outro. Lembra a canção "Jorge Maravilha" de Chico Buarque que dizia no refrão: "Você não gosta de mim, mas sua filha gosta".
Nas máscaras modernas da verdadeira escravidão que ainda existe no Brasil, nas palavras do professor Jessé de Souza, o ódio ao pobre, e a quem o representa, ainda são estimulados. A mesma elite responsável pelo complexo de vira-latas manipula a classe média a pensar politicamente como a Casa Grande. Perdemos todos, ao dinamitar pontes que nos levariam a um verdadeiro e necessário progresso.
Esse imenso contingente faz pender a qualquer um dos lados a luta política e, não por acaso, é uma parcela de que a elite não abre mão de perder. Por ter relativo acesso a um padrão de consumo atribuído à felicidade, parte da classe média passa a acreditar ser da elite.
Porém, apoiar politicamente a elite burguesa não faz da classe média integrante dela, mesmo que se deixe embriagar pelos paliativos oferecidos. São apenas pílulas dessa nobreza. Bastam as crises virem, e essa parcela ser afetada, para todos perceberem que o Brasil continua para poucos.
Essa falta de visão estratégica dos donos do poder faz o Brasil pagar preços altos. A elite do atraso, excludente por própria natureza, é atrasada, sobretudo, intelectualmente. Um país para poucos não garante, por exemplo, a segurança de ninguém.
Devido à ignorância e ao preconceito, não souberam reconhecer em Lula, e no projeto que representa, um conciliador, um desenvolvimentista que quer justiça social e fazer girar a economia do Brasil. Para o bem de todos.
Estamos em um país desigual que pode voltar ao mapa da fome. Temos um presidente imoral, sem voto e um desemprego que aumenta, enquanto a criminalidade ganha cada vez mais soldados. O processo de desindustrialização não para e investimentos públicos como saúde, educação e infraestrutura estão sendo congelados... e, mesmo assim, o que indigna a elite do atraso é uma homenagem à Dilma em um prato de sobremesa."
(De Reginaldo Lopes, economista e deputado federal, post intitulado "Você não gosta de mim, mas seu funcionário gosta", publicado no Jornal GGN - Aqui.
A ex-presidente Dilma, mineira, é candidata ao senado da República pelo Estado de Minas Gerais, e agências de pesquisa dão conta de que obterá votação consagradora.
Fernando Areco Motta, uruguaio, proprietário do restaurante A Favorita, teria recebido uma enxurrada de mensagens de protesto em face do episódio. Especula-se que grande parte delas tenha partido de robôs, justo agora que o Facebook ensaia reação contra fabricantes de fakenews, entre os quais se destaca um tal mbl).
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