Obter uma 'foto' razoavelmente fidedigna (se é que existe fidedignidade nesse terreno) do cenário político brasileiro é tarefa inglória. Há na grande mídia como que um compromisso global: a 'filtragem' rigorosa dos fatos, com o veto a tudo o que não lhes for 'simpático'. A alternativa, então, passa a residir na Blogosfera, e foi no Tijolaço, dirigido por Fernando Brito, que nos deparamos com duas abordagens marcantes, entre muitas outras. Mas é forçoso lembrar: a prioridade dos segmentos contrários à candidatura do ex-presidente Lula é exatamente a de impedir que tal iniciativa se venha a concretizar, e até aqui a incógnita persiste.
1. O barômetro político Estadão-Ipsos (aqui):
Nunca antes na história da Lava Jato o prestígio público de seu “super-herói”, Sérgio Moro, esteve tão baixo.
Segunto a pesquisa “Barômetro Político”, realizada pelo Ipsos para o Estadão, o juiz, que chegou a ter índices de aprovação de 69% em maio do ano passado – quando só tinha 22% de reprovação, baixou para meros 37% de apoio e 55% de rejeição.
Já aquele a quem Moro jurou de morte, Lula, continua sendo o candidato com maior taxa de aprovação (45%) e o de menor índice de rejeição entre os principais nomes na disputa presidencial.
Não coube, no gráfico a Marina Silva, mas registro: 63%, estatísticamente igual a Ciro Gomes (65%) e a Jair Bolsonaro (64%) e um pouco menos que Geraldo Alckmin (70%), a quem só Michel Temer conforta, com seus estratosféricos 93% de reprovação.
A força da verdade é como a lava dos vulcões: pode ficar represada sob a crosta de mentiras e propaganda que os donos da mídia fazem, mas acaba por brotar e olhe lá se não numa violenta erupção, que os sismógrafos das pesquisas mostram estar se armando.
Espero que não se acuse a Ipsos, uma multinacional francesa e o nosso geriátrico Estadão de estarem em alguma aventura bolivariana de lulopetismo estatístico.
Aliás, nem destaque deu para a caríssima pesquisa – R$ 183 mil – nas páginas do jornal paulista.
Meteram os pés pelas mãos e estão colhendo os frutos da manipulação que fizeram, os aprendizes de feiticeiro do golpe judicial.
2. Lula, como Gulliver em Lilliput
Lula ia acabar por conta das denúncias da Lava Jato.
Ia se esvaziar como candidato quando saiu a sentença de Sérgio Moro, há um ano.
E seria sepultado quando o TRF-4 a confirmou e ampliou.
Bem, vinha sobrevivendo e liderando as pesquisas mas – ah! – com a prisão em Curitiba tudo estaria terminado.
Os comentaristas políticos apressavam-se em decretar sua morte eleitoral e a dizer que, sem um plano B, nem mesmo influir no processo eleitoral.
Passaram-se 100 dias desde seu encarceramento e não há sinal de que as coisas caminhem no sentido que imaginaram seus algozes.
Muito ao contrário.
Ele é o personagem central das eleições e o resto do que se discute na campanha eleitoral, além de seu direito (ou não) de ser candidato, são fórmulas para transformar anões eleitorais em personagens com tamanho político para dirigir o país.
Já que o gigante está preso, como Gulliver em Liliput.
Tudo o mais no noticiário político é insignificante e ninguém pode reclamar do que se passa, sequer o PSDB, que teria, ao que tudo indica o favoritismo nestas eleições ante o quadro de desgaste que o quarto governo do PT enfrentava.
Até mesmo o papel de “antilula” – tão simples que até uma mediocridade como Aécio Neves conseguiu desempenhar – ficou vago.
Bolsonaro não serve para isso, é antes o candidato da barbárie que Justiça, mídia e elite em geral plantaram, mas é tosco demais para poderem assumir.
Nossa elite colonial é mesmo medíocre e incapaz de olhar nosso país com a visão posta no futuro, como fizeram os norte-americanos nos séculos 18 e 19.
E mais incapaz ainda de, ao olhar para dentro do país, olhar o povo brasileiro como solução, não como problema. - (Aqui).
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