segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

SOBRE UM FATO MERECEDOR DE ALUSÃO NUMA PRÓXIMA EDIÇÃO DE 'A ELITE DO ATRASO'

(Brasil 247).
Antropólogos, sobre Donata Meirelles: o que faz alguém se vestir de sinhá?    
Do Brasil 247: Na última sexta-feira (8), a diretora de estilo da revista "Vogue Brasil", Donata Meirelles, comemorou a chegada de seus 50 anos com uma festa em Salvador. Nas fotos do evento, mulheres negras fantasiadas de mucama faziam a recepção dos convidados; as mulheres, vestidas de escravas, ficavam com abanadores ao lado de "tronos de sinhá" para que os convidados pudessem fazer o registro fotográfico.
A antropóloga e historiadora Lilia  Moritz Schwarcz e o antropólogo Hélio Menezes foram alguns dos estudiosos e influenciadores que usaram as redes sociais para se manifestar sobre o tema, segundo informou o Portal UOL. 
"Alguém me explique o que faz uma diretora de uma famosa revista feminina se vestir de sinhá e ficar recebendo os convidados ao lado de duas mucamas! É isso que se chama racismo estrutural! Um racismo tão enraizado que parece invisível", explicou Schwarcz, em publicação no Instagram.
Hélio Menezes, por sua vez, comparou a cena de Donata sentada em meio às mulheres negras vestindo roupas brancas a uma série de fotos antigas, do período colonial. 
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Ao que consta, no próprio convite para o evento aludiu-se a uma revisita ao 'Brasil Colonial'. Marido da aniversariante, o publicitário Nizan Guanaes é titular da (talvez) maior agência de publicidade do País, a agência África. O sociólogo Jessé Souza certamente tomou boa nota, e eventualmente poderá pensar no título deste post. Tudo somado, confirma-se uma vez mais o registro de Darcy Ribeiro, consistente em que as elites nacionais jamais se conformaram com a extinção da escravatura.

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