sábado, 11 de maio de 2013

UM CLÁSSICO BRASILEIRO


O homem que virou suco

Por Marden Machado

O cineasta João Batista de Andrade começou sua carreira no pior, ou melhor, momento possível. Depende do ponto de vista. Ele cursava a Escola Politécnica da USP, em São Paulo, quando teve que abandonar o curso por causa do golpe militar de 1964. Seu primeiro trabalho em cinema foi o documentário Liberdade de Imprensa, realizado em 1967. Andrade sempre fez trabalhos engajados, para usar um termo típico dos anos da ditadura. Depois de quase uma década na televisão, ele volta ao cinema em 1977, com  o filme Doramundo, premiado no Festival de Gramado. Quatro anos depois, ele escreve e dirige O Homem Que Virou Suco. O filme conta a história de Deraldo (José Dumont), um poeta nordestino que acabou de chegar na capital paulista. Confundido com um empregado de uma multinacional que matou o patrão, Deraldo é perseguido pela polícia e, por conta disso, perde sua identidade. Andrade, através dessa personagem, traça um painel cruel da sociedade brasileira. Tudo o que Deraldo quer é reconquistar sua liberdade e ser quem ele é de verdade. O ator José Dumont já tinha feito alguns papéis no cinema e na televisão, mas foi este que o projetou nacionalmente. O drama vivido por Deraldo em O Homem Que Virou Suco é contundente e continua bastante atual. Ponto para Andrade, que realizou um filme que não envelheceu.

O HOMEM QUE VIROU SUCO (Brasil 1981). Direção: João Batista de Andrade. Elenco: José Dumont, Célia Maracajá, Renato Master, Denoy de Oliveira, Ruth Escobar, Rafael de Oliveira e Vital Farias. Duração: 97 minutos. Distribuição: Original Vídeo.

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Fonte: Cinemarden - aqui.

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