domingo, 26 de maio de 2013

MY SWEET LORD


Quando o genial George Harrison foi acusado de plágio

Por JNS

A música He’s So Fine, de Ronald Mack, gravada originalmente pelo grupo The Chiffons e lançada em 1962, na primavera de 1963 ficou 4 semanas em 1° lugar nos Top 100 da Billboard.

Depois disso, considerada música passada, só era tocada nas rádios de flashbacks.

Em 1971 a editora Bright Tunes Music, que detinha os direitos autorais da musica He’s So Fine, alegou que havia muita semelhança com My Sweet Lord e entrou com um processo judicial contra George, que se arrastou por 12 anos na justiça, acusando-o de plágio
.
“Eu não estava consciente da semelhança entre He’s So Fine e My Sweet Lord. Quando fiz a canção, era mais um improviso e não tão direta. Quando a minha versão da canção saiu, um monte de gente por aí começou a falar sobre o assunto e foi então que eu pensei: por que não percebi? Teria sido muito fácil mudar uma nota aqui ou outra ali, e não afetar o sentimento do registro. Eu penso que My Sweet Lord foi um 'disco' bom. Na indústria fonográfica, há 'canções' e 'discos'. De qualquer maneira eu pensei que o som geral do disco fosse tão importante como as palavras ou a  melodia, envolvendo a atmosfera real. Eu queria mostrar que ‘Aleluia’ e ‘Hare Krishna’ são exatamente a mesma coisa. Eu fiz as vozes cantando 'Aleluia' primeiro e, depois, fiz  a mudança para 'Hare Krishna', para que as pessoas cantem o mantra Maha, antes que se soubesse o que estava acontecendo. Eu cantei 'Hare Krishna' por um longo tempo e essa música foi uma ideia simples de como fazer um pop ocidental equivalente a um mantra, que repete e repete, sempre, nomes sagrados. Eu não me sinto culpado ou mal sobre isso. Na verdade, muitas vidas de viciados em heroína foram salvas por essa música.” 

Em uma entrevista de 1980, o sarcástico Lennon expressou as suas dúvidas sobre o 'inconsciente' Harrison:"Ele deve ter sabido. Você sabe que ele é mais esperto do que isso. É irrelevante, na verdade - só a nível monetário que importa - ele poderia ter mudado um par de notas na música e ninguém jamais poderia ter tocado nele, mas ele simplesmente deixou e pagou o preço. Talvez ele pensasse que Deus iria salvá-lo".

Já Ringo, conciliador, disse: "Não há dúvida de que a melodia é semelhante, mas quantas músicas foram escritas com outras melodias em mente? A versão de George é muito mais pesada que a das Chiffons. Ele poderia ter feito isso com o original no fundo de sua mente, mas ele não teve sorte e alguém queria fazer um teste com ele em um tribunal".

Quando, em 2001, George relançou All Things Must Pass, para comemorar o 30° aniversário de lançamento do seu disco, ele regravou My Sweet Lord e, cuidadosamente, não tocou nenhuma das semelhanças apontadas entre as músicas e, mesmo assim, não descaracterizou o seu sentido, que continuou o mesmo; senão até mais bonito que o da versão original lançada em 1970.

Harrison, atordoado com o processo de separação do Beatles e a desconfortável acusação de plágio, ficou muito tempo sem compor.

"Noventa e nove por cento da música popular é uma reminiscência de uma coisa ou outra", disse George.

Informações do Baú do Edú e de outras páginas da Internet. (Fonte: AQUI - onde podem ser vistos/ouvidos os vídeos:

The Chiffons cantando He’s So Fine no Rocky & The Rollers Lady Legends Show, Savannah Center, The Villages, FL, no dia 16 de janeiro de 2013.
A gravação original de My Sweet Lord
A versão de Harrison, 30 anos depois, com remoção dos arranjos considerados como plágios).

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