De Fernando Haddad, candidato a prefeito de São Paulo, em entrevista à revista CartaCapital:
"(...) Não havia a necessidade imperiosa da sobreposição dos calendários (entre a eleição e o julgamento do “mensalão”). Nada estava para prescrever em dois meses. Obviamente, a agenda municipal acabou prejudicada, nada que não seja reversível. Mas é inegável a concorrência das agendas. Ao longo de 45 dias, com exceção dos dias em que as pesquisas foram divulgadas, a eleição municipal nunca foi o assunto principal dos jornais, revistas e sites noticiosos.
CC: O eleitor demorou a se conectar nas eleições.
FH: Sim, a população demorou a perceber, pois a agenda era outra. A agenda era o julgamento. E o julgamento poderia ter acontecido a qualquer momento, por mim teria acontecido há dois anos, teria sido melhor. Esse tipo de coisa, quanto antes melhor, quanto mais cedo resolver, melhor. Mas a coincidência perfeita de certa forma prejudicou os debates sobre as cidades. (...)."
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A coincidência perfeita prejudicou os debates, mas não a ponto de impedir a ida do candidato ao segundo turno - motivo por que, para os incentivadores da realização do julgamento em perfeita sincronia com a eleição, o resultado foi mais que frustrante.
(Para os apreciadores do Direito, é interessante a leitura, clicando aqui, da análise "Aqui se faz, aqui se paga ou 'o que atesta Malatesta'", de Lenio Luiz Streck).
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