quinta-feira, 10 de setembro de 2020

SOBRE A DISPARADA DO ARROZ E A 'AJUDINHA' DO RIO À REPÚBLICA DE CURITIBA


Ainda estamos nos inteirando do esforço ingente da Lava Jato no sentido de 'amortecer' os recentes percalços que lhe foram impostos em face de excessos perpetrados por ela própria - como os grampos ilegalmente autorizados pelo ex-juiz Moro no telefone central do escritório da defesa do ex-presidente (registros que ontem, 9, teriam sido apreendidos pelos executores das medidas levadas a efeito). Aliás, convém destacar que a defesa do ex-presidente foi recentemente contemplada com o acesso aos registros do acordo de leniência firmado com a Odebrecht, os quais poderão pôr a nu, irremediavelmente, os verdadeiros propósitos que inspiraram a operação. Some-se a tudo isso a perspectiva de a suspeição do ínclito ex-magistrado vir a ser 'decretada' pelo STF...  

Ainda estamos nos inteirando, repetimos, mas desde logo parece lícito dizer que a simples notícia das providências adotadas já surtiu o efeito proposto; a defesa do ex-presidente e a OAB(!) que cuidem de se defender. Aguardemos.

Mas, e o preço do arroz, hein? Vejamos a didática análise oferecida pelo analista Luis Nassif: "Guedes acabou com estoques reguladores e preços explodiram" (Aqui):


"Em 2015, a mídia fez terrorismo amplo com a explosão dos preços do tomate. Não existe estoque regulador para tomate. A explosão de preços depende de problemas climáticos. Mesmo assim, o Jornal Nacional chegou a produzir reportagens lembrando os tempos dos reajustes diários de preços nos supermercados.
Já o arroz depende substancialmente de estoques reguladores. Trata-se de uma prática saudável de política econômica, que beneficia o consumidor, mas não o produtor. Os estoques impedem altas especulativas ou de desequilíbrios de oferta.
Desde 2016, a nova matriz econômica, de Michel Temer-Henrique Meirelles e Bolsonaro-Paulo Guedes, abandonou os estoques reguladores. A loucura de atender a todas as demandas de mercado e de aliados, em detrimento do consumidor, acabou com os estoques reguladores.
Confira o gráfico abaixo, em cima dos relatórios da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), responsável pela gestão dos estoques reguladores.

Em 2015 os estoques médios mensais de arroz foram de 1.629 toneladas. Em 2016, ainda em plena crise política do governo Dilma, caíram para 88 toneladas. Entrando o governo Temer, a média mensal ficou rodeando as 30 toneladas mensais. Com Paulo Guedes e o gênio da lâmpada da Lei do Teto, caíram para 22 toneladas mensais.
Bastou o primeiro desequilíbrio no mercado para os preços explodirem."

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