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O ex-ministro do STF Carlos Ayres Britto teve a 'ousadia' de dizer que a saída do juiz Sérgio Moro dos quadros do Poder Judiciário para se tornar ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro compromete "a boa imagem social do próprio Judiciário", que deve zelar pela separação e independência dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário (O Globo - aqui). Entre os ministros da ativa, o presidente Dias Toffoli e o ministro Gilmar Mendes participam de um seminário em Nova York e não puderam ser ouvidos; quanto aos demais, até agora somente Luiz Fux apressou-se em oferecer seus mais efusivos aplausos à novidade. A presidente do TSE, Rosa Weber - a quem o juiz Moro assessorou na AP 470 (mensalão) e que presidirá, se for o caso, o julgamento do episódio eleitoral Fake News/WhatsApp - se mantém silente.
Voltando ao começo. Por que a referência a Carlos Ayres Britto e sua 'ousadia'? É que, pela primeira vez, um elevado servidor do Judiciário, ainda que aposentado, dispôs-se a furar a bolha de unanimidade com que o virtual ministro sempre foi brindado.
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"A informação do general Mourão, vice-presidente eleito, de que o juiz Sérgio Moro foi contatado por Bolsonaro durante as eleições, no mínimo, aponta uma falta funcional grave." (Luis Nassif, AQUI: 'Pela Lei Orgânica da Magistratura, Moro deveria ser afastado do cargo de juiz').
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"A informação do general Mourão, vice-presidente eleito, de que o juiz Sérgio Moro foi contatado por Bolsonaro durante as eleições, no mínimo, aponta uma falta funcional grave." (Luis Nassif, AQUI: 'Pela Lei Orgânica da Magistratura, Moro deveria ser afastado do cargo de juiz').
'Jamais entraria para a política', asseverou Moro em 2016
No GGN
"Jamais entraria para a política", disse Sérgio Moro em entrevista de novembro de 2016 ao Estadão. "Sou um homem de Justiça e, sem qualquer demérito, não sou um homem da política", havia afirmado há dois anos. Hoje, Moro aceitou o convite para atuar politicamente e ser ministro do presidente de extrema-direita eleito Jair Bolsonaro.
Naquele ano, Moro já acumulava prêmios de jornais, reconhecimentos, além de homenagens de parte da população, que o começou a tratá-lo como "herói". Por isso, naquela ocasião, o repórter perguntou se o juiz de primeira instância teria intenções "político-partidárias" para o futuro: "Não existe jamais esse risco", frisava.
"Sairia candidato a um cargo eletivo? Ou entraria para a política?", foi a pergunta do Estadão. "Não, jamais. Jamais. Sou um homem de Justiça e, sem qualquer demérito, não sou um homem da política. Acho que a política é uma atividade importante, não tem nenhum demérito, muito pelo contrário, existe muito mérito em quem atua na política, mas eu sou um juiz, eu estou em outra realidade, outro tipo de trabalho, outro perfil. Então, não existe jamais esse risco", respondeu.
Naquela mesma entrevista [acesse aqui], Moro disse que achava "errado tentar medir a Justiça por essa régua ideológica", quando foi questionado pelo entrevistador sobre as acusações de que atuava como algoz do PT. Também perguntado se alguma vez já votou em Lula, reafirmava a posição de "o mundo da Justiça e o mundo da política não devem se misturar".
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