Ao retomarem seus trabalhos após o recesso de julho, os senhores ministros da Corte Suprema provavelmente se depararão com temas até certo ponto espinhosos:
.A expectativa de autoconceder-se (ao Judiciário e, em decorrência, ao MP) aumento salarial de, segundo se especula, 12%, sob o argumento, entre outros, de 'compensar' provável extinção de um dos penduricalhos (auxílio-moradia). (Sim, sim, o Judiciário goza de autonomia financeira: ele mesmo elabora sua proposta orçamentária anual, a seu arbítrio. O que, aliás, já motivou desconfortos);
.A preocupação(?) quanto ao excesso de exposição pública. (A propósito, o ex-ministro Eros Grau, em entrevista à Record/Heródoto Barbeiro, lembrou que os espetáculos não caracterizam cortes supremas de países como França e EUA, e que no Brasil chegou-se a uma realidade em que cada ministro, 'verdadeiro astro', passou a desempenhar um papel. Aproveitou, ainda, para citar observação de Jean Paul Sartre, consistente em comparar o juiz ao garçom: assim como o garçom deve atender com lanheza a todos os fregueses que adentram o estabelecimento, assim também deve agir o juiz, fazendo justiça até mesmo para as pessoas que detesta);
.O tratamento a conferir a certos temas "politicamente motivados" (a exemplo do que informa o Washington Post sobre a condenação do ex-presidente, segundo o GGN).
Nada se sabe ao certo. Para uns, sem novidades no front; para outros, o Brasil todo inquieto.
Enquanto isso, o jornal Valor informa nesta terça (31) que 'um grupo de advogados tenta acelerar o processo de impeachment de Dias Toffoli às vésperas de o ministro assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal (Toffoli já é alvo de dois pedidos de afastamento da Corte e, de acordo com a publicação, um deles foi aditado para inserir um suposto escândalo de lavagem de dinheiro envolvendo o banco Mercantil...', o que o ministro nega).
E no 'lado oposto', o ministro Luiz Fux recebe deferência Global em visita a escolares baianos, a pretexto de disseminar a cultura político-partidária entre os jovens, mas com o gran finale tão almejado pela Agência: o de ouvir o ministro uma vez mais anunciar a inelegibilidade do candidato que lidera todas as pesquisas.
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ADENDO
"Mesmo aos trancos e barrancos, o STF ainda é o órgão em que a população crê, o que garante direitos constitucionais."
(Gilson Dipp, ex-ministro do STJ e ex-corregedor do CNJ - Coluna Painel, Folha - aqui).
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