O 'ranking' acima está exposto no estudo "Desempenho dos bancos no 1º semestre de 2017" - aqui -, elaborado pelo DIEESE Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos.
O estudo destaca os 'Lucros elevados, impostos em queda e intensa reestruturação nos cinco maiores bancos no país no semestre'. Trecho do relatório:
No primeiro semestre de 2017, a despeito do adverso cenário econômico, os cinco maiores bancos do país tiveram desempenho muito expressivo,com alta no lucro líquido, apesar de ter havido queda na intermediação financeira (as principais contas dos bancos) como também nos resultados operacionais,em comparação a igual período do ano anterior. (…)
Os bons resultados auferidos pelos cinco maiores bancos se devem, entre outros fatos, à elevação das receitas com tarifas e serviços, mas, especialmente, à queda nas despesas de captação que acompanharam o movimento de redução da taxa Selic. As despesas com impostos (IR e CSLL) também caíram, em parte pela entrada de créditos tributários, mas também por causa da queda dos impostos devidos em função de resultados menores em termos operacionais e da Intermediação Financeira.
Enquanto os elevados resultados dos cinco maiores bancos crescem a cada trimestre, observa-se significativa reestruturação no setor, com o crescimento das transações virtuais (via mobile e internet)e redução das estruturas físicas e funcionais, com fechamento de agências e postos de trabalho. Essa situação tem sido agravada pela implementação de planos de aposentadoria incentivada e desligamento voluntário pelo Banco do Brasil, pela Caixa e pelo Bradesco.
Como se vê, o estudo frisa que os cinco maiores bancos "tiveram desempenho muito expressivo, com alta no lucro líquido, apesar de ter havido queda na intermediação financeira (as principais contas dos bancos)...". Intermediação financeira é, em resumo, o fluxo de captação de recursos privados/públicos por parte dos bancos, e a destinação desses recursos a pessoas físicas e jurídicas, mediante empréstimos.As razões apontadas no estudo, acima destacadas, não deixam de ter influenciado a performance dos bancos, mas por si sós não proporcionariam ganhos tão elevados. Qual a explicação? Simples: as chamadas Operações de Tesouraria, as aplicações, pelos bancos, dos recursos captados junto ao público não preferencialmente em empréstimos, mas na rolagem de títulos da dívida pública. Essa prática rentista não constitui novidade, mas acentuou-se a partir de 2015, conforme registrado AQUI - e passará a ser menos rentável a partir de agora, com a redução da Selic, porém ainda bastante atraente para os bancos, visto que o Brasil, mesmo com a Selic no atual patamar, continua no topo dos maiores juros reais do mundo. A brutal crise econômica não seria, portanto, tão leonina para os bancos... embora, claro, seja utilizada para reforçar a necessidade da conversão de agências em "escritórios" (no Brasil e no exterior, a exemplo de Portugal e França) ou o simples fechamento de unidades pelo País, inclusive, e especialmente, em regiões carentes.
P.s.: O jornalista Fernando Brito informa - AQUI - que os maiores bancos brasileiros mais rentáveis estão em número igual aos do Canadá, que se tornou hoje "um dos maiores 'paraísos fiscais' do mundo". Mas o rentismo tupiniquim também vem proporcionando ganhos paradisíacos aos bancos, nobre jornalista!
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