sexta-feira, 9 de maio de 2014

JAIR RODRIGUES E O FUTEBOL

             8 de maio. Manaus-AM. Jogadores do Santos de Pelé homenageiam Jair Rodrigues 
             com o jogo de mãos do rap 'Deixa isso pra lá', consagrado pelo santista roxo.

Jair Rodrigues e o futebol

Jair Rodrigues, o “cachorrão”, nos deixou. Há sete anos ele comemorou 50 anos de carreira. Uma trajetória em que o futebol sempre esteve presente em sua vida e obra, especialmente por conta de sua ligação com o rei do futebol, Pelé.

Jair Rodrigues é o que os torcedores costumam dizer “santista roxo”. E foi exatamente por causa de duas músicas interpretadas por ele com o tema futebol sobre a Copa do Mundo de 1962 que Jair Rodrigues acabou “estourando” na história da música brasileira. 

Jair fez “explodir” de vender e tocar (especialmente na Rádio Record) a composição feita por Alfredo Borba, “Marechal da Vitória”, apelido do chefe da delegação brasileira bicampeã do mundo no Chile. Jair também emprestou sua voz maravilhosa neste mesmo período de glória do futebol brasileira, para a música “Brasil Sensacional”. Com essas duas músicas despretensiosas o nome de Jair surgiu no cenário musical.

Ele estava em São Paulo havia pouco tempo, no início da década de 1960, vindo do interior paulista, mais precisamente da cidade de São Carlos, onde vivia com a família humilde. Jair Rodrigues nasceu na cidade de Igarapava, em 1939, em meio a um canavial, e foi lá que ouviu os conselhos de sua mãe sobre qual carreira seguir:

“Tudo começou em Nova Europa (317 km da capital paulista), onde morei dos seis até os 14 anos. Minha mãe era muito católica e ia à missa todo fim de semana. Ela contava que, na primeira vez que fui a uma, eu não parava de olhar o coral. Então, ela me colocou para fazer parte. Quando eu tinha uns nove anos, minha mãe falou que estava na hora de eu aprender um ofício e me colocou numa alfaiataria. E nessa alfaiataria o pessoal gostava de música. Comecei a sair com eles, a ir a serestas, e assim a música foi entrando em mim (...) Quando eu tinha por volta de nove anos, ela me disse: ‘para com esse negócio de jogar bola, você nasceu para cantar’”.

No período mágico do clube de coração, o Santos FC de Pelé e Cia, Jair Rodrigues também era um rei, da MPB. Foi em 1966 que ele acabou calando a boca de vários críticos musicais da época com a música Disparada, talvez a mais bela de suas interpretações:

“É a música da minha vida. Foi com ela que consegui passar a ser visto como intérprete da música popular brasileira. Eu amo o samba, mas queria cantar outras coisas, queria diversificar
meu repertório. Até 1966, eu era chamado de o homem da "mãozinha", por causa de Deixa isso pra lá. Quando gravei ela, os críticos diziam que eu seria mais um sambista de uma música só. Aí quando me consagrei com Disparada, eles quebraram a cara e me pediram desculpas.” (www.samba-choro.com.br)


E foi exatamente assim, em uma disparada que Jair seguiu na carreira musical, sempre com o futebol ao seu lado, ou melhor, sempre seguindo os passos do Santos de Pelé. Mas a identificação de Jair com aquele time de camisas brancas começou bem antes:

“Sou santista desde criança. Quando eu era bem pequeno, meu irmão me levou para assistir um jogo de futebol e um dos times vestia branco. Aquilo me impressionou e a partida foi ótima. Foi quando descobri o Santos Futebol Clube, pensei:  ‘Minha nossa senhora’. Isso porque o Rei nem era o Rei ainda".

Jair Rodrigues disse essa frase quando esteve na cidade de Santos, em 2004, quando o clube da Vila Belmiro completava 92 anos e ele estava lá para mais um dos milhares de shows feitos na longa carreira musical. Antes da apresentação ele foi levado pelos dirigentes santistas para conhecer o Museu do Santos. Ao ver as fotos de craques como Dorval, Zito, Gilmar, Clodoaldo, Jair revelou aos dirigentes que o acompanhavam todo o conhecimento que tinha sobre aquela turma de craques. 

Jair falava com conhecimento de causa. Nesta época, ele não saía do lado daquela turma, viajava até mesmo com a equipe nas excursões que o Santos fez aos montes. No auge dos festivais, Jair Rodrigues foi até tema de fotonovela ao lado dos craques santistas. Ele aparece (...) na capa da Revista Melodias nº 125, e nas páginas internas ao lado dos jogadores do Santos. (Para continuar a leitura, clique AQUI)

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