sábado, 1 de março de 2014

O CARNAVAL NA VISÃO DE UM TEÓLOGO


Carnaval, origem e significado

Por Pr. Anísio Renato de Andrade

Para recebermos alguma coisa, não basta que haja beleza ou sabor. É preciso que saibamos a procedência. Já pensou se você estiver comendo um frango saboroso na casa de alguém e, de repente, souber que o mesmo veio de um despacho na encruzilhada. A procedência é uma informação importante.

A origem do carnaval é um pouco obscura. Há quem afirme que a mesma esteja relacionada às homenagens à deusa Ísis no Egito, por volta do ano 4000 a.C.. Porém, é mais concreta a ligação com as festas gregas ao deus Dionísio em 600 a.C. e às festas romanas ao deus Baco (deus do vinho), chamadas bacanais. Eram festas pagãs, incluindo orgias, que se faziam em homenagem aos deuses como agradecimento pelas colheitas. Eram realizadas procissões que, com o tempo, se transformaram nos desfiles que conhecemos.

FESTA CATÓLICA 
No ano 590 d.C., o papa Gregório incorporou o carnaval ao calendário das festas cristãs. Sabendo que a quaresma é um período de quarenta dias de jejum e santificação entre a quarta-feira de cinzas e a páscoa, o carnaval foi oficializado como uma festa que se realiza antes da quaresma. Devido ao fato de que, no período seguinte, o católico não poderia comer carne, tudo seria consumido nos dias antecedentes, mesmo porque não existiam geladeiras para que pudessem guardá-la. Então, era uma espécie de “despedida da carne”. Em latim, a festa era chamada “carne vale”, que significa “adeus à carne”.

As pessoas comiam carne até vomitar e bebiam até cair. Antes da santificação da quaresma, as pessoas se entregavam também à liberação geral dos costumes, cometendo todo tipo de pecados, principalmente sexuais.

Na quarta-feira de cinzas, o fiel ia à igreja católica (e muitos ainda vão) para receberem um pouco de cinza na testa enquanto ouviam o padre dizer em latim: “Memento homo, quia pulvis es, et in pulverem reverteris” (Lembra-te homem, que tu és pó e ao pó voltarás).

MODIFICAÇÕES E DIVERSIDADE 
Com o passar do tempo, o carnaval foi modificado e incrementado por contribuições de vários países, principalmente da Itália e da França. Jogos, brincadeiras, músicas, danças, fantasias, uso de máscaras e carros alegóricos foram acrescentados à festa.

Na idade média surgiu o costume da inversão de papéis sociais durante o carnaval. Os nobres se vestiam de pobres e os pobres se vestiam de ricos. Entre os pobres era eleito um rei, que seria morto ao final dos festejos. Assim surgiu o rei momo.

Entre as inversões do período, muitos homens se vestiam de mulheres.

O ESTRUDO
Em portugal, a festa recebeu o nome de estrudo. Essa palavra vem da denominação de bonecos gigantes. Durante o estrudo, as pessoas com boa condição financeira jogavam água com perfume umas nas outras. Os mais pobres jogavam água suja, urina, água com fezes, ovos podres, laranjas podres, restos de comida etc. Com o passar do tempo, tornou-se comum a ocorrência de violência sexual durante aqueles dias.

CARNAVAL NO BRASIL
Os portugueses trouxeram o carnaval para o Brasil no século 16. Aqui, os festejos foram incrementados com o samba, o frevo, o maracatu e, recentemente, com o axé e o funk.

Embora não seja uma festa originalmente brasileira, o Brasil abraçou e adotou essa podridão(!) de tal forma, que hoje é conhecido como “o país do carnaval”. A festa tornou-se uma das principais atrações turísticas da nação, movimentando uma indústria milionária todos os anos.

EMBALAGEM E CONTEÚDO.
Todas as mudanças no carnaval ocorreram apenas em seus aspectos exteriores. A embalagem é cada vez mais bonita, mas o conteúdo continua o mesmo. A aparência do carnaval é interessante, envolvendo diversão, alegria, beleza e arte. São qualidades reais e não vamos negar isso. Existem coisas bonitas e atraentes no carnaval, mas isso não significa que vamos participar dele. Dinheiro roubado também tem valor, mas nem por isso vamos aceitá-lo, caso nos seja oferecido.

Apesar da embalagem maravilhosa, o conteúdo do carnaval é podre e pecaminoso.

O carnaval é a festa do sexo, como sempre foi. Muitos podem negar isso, mas por que será que o governo distribui camisinhas e faz propaganda de sexo seguro nesta época?

Os homens participam do carnaval porque gostam de dançar? Não. O período é semelhante a uma estação de caça. Os homens vão em busca de relacionamentos sexuais sem compromisso, e muitas mulheres (que querem beijar muuuuito) são as principais vítimas.

E qual é o saldo da festa? Depois de tanta bebida, são inúmeros os acidentes de trânsito, com mortos e feridos. Ocorrem também muitos homicídios, mortes por overdose, contração de doenças venéreas e casos de gravidez indesejada. No fim de tudo, a alegria se transforma em tristeza.

CONCLUSÃO
Nossa alegria não depende de festas. Não devemos confundir alegria com felicidade nem sexo com amor. Em Cristo está nosso prazer e a nossa alegria, que não termina na quarta-feira de cinzas, mas continua para sempre. (Fontes: aqui, onde se vê o texto completo, e aqui).

Anísio Renato de Andrade é bacharel em teologia e professor do Steb - Seminário Teológico Evangélico do Brasil e do Sebemge - Seminário Batista do Estado de Minas Gerais.

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Meu juízo sobre o carnaval é diferente do acima exposto. E o seu?

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