Flávio Farias.
Francisco propõe erradicação da pobreza, mas mídia omite
Por Carlos do Maranhão
Em discurso que pouco repercutiu junto à mídia, talvez abafado pela entrevista coletiva ao "Fantástico" (aqui), o Papa Francisco disse que "o futuro exige de nós uma visão humanista da economia e uma política que realize cada vez mais e melhor a participação das pessoas, evitando elitismos e erradicando a pobreza. Que ninguém fique privado do necessário, e que a todos sejam asseguradas dignidade, fraternidade e solidariedade: esta é a via a seguir".
A referência foi feita durante o encontro com a sociedade civil no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, na manhã de sábado. No pronunciamento Francisco disse que "Todos aqueles que possuem um papel de responsabilidade em uma Nação são chamados a enfrentar o futuro com os olhos calmos de quem sabe ver a verdade", como dizia o pensador brasileiro Alceu Amoroso Lima ["Nosso tempo", in: A vida sobrenatural e o mundo moderno (Rio de Janeiro 1956), 106].
As questões relativas à humanização da economia e à erradicação da pobreza foram abordados no segundo dos três aspectos desse "olhar calmo, sereno e sábio": "Queria considerar três aspectos deste olhar calmo, sereno e sábio: primeiro, a originalidade de uma tradição cultural; segundo, a responsabilidade solidária para construir o futuro; e terceiro, o diálogo construtivo para encarar o presente".
A Folha abordou assim:"Papa cobra 'reabilitação política' e pede diálogo contra protestos e tensões" (http://bit.ly/16f6K0n )
O Globo: 'Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma opção sempre possível: o diálogo', diz Francisco.
O trecho completo, no entanto, é: "2. O segundo elemento que queria tocar é a responsabilidade social. Esta exige um certo tipo de paradigma cultural e, consequentemente, de política. Somos responsáveis pela formação de novas gerações, capacitadas na economia e na política, e firmes nos valores éticos. O futuro exige de nós uma visão humanista da economia e uma política que realize cada vez mais e melhor a participação das pessoas, evitando elitismos e erradicando a pobreza. Que ninguém fique privado do necessário, e que a todos sejam asseguradas dignidade, fraternidade e solidariedade: esta é a via a seguir. Já no tempo do profeta Amós era muito forte a advertência de Deus: «Eles vendem o justo por dinheiro, o indigente, por um par de sandálias; esmagam a cabeça dos fracos no pó da terra e tornam a vida dos oprimidos impossível» (Am 2, 6-7). Os gritos por justiça continuam ainda hoje".
(integra do discurso em http://bit.ly/1ch0tE5). (Fonte: aqui).
................
Conclusão óbvia, clara, transparente, objetiva: certamente não será por intermédio de um modelo neoliberal, do império do Livre Mercado, do laissez-faire, do Estado mínimo, que se irá alcançar ou ao menos se lutar para que as aspirações franciscanas, das quais compartilhamos, sejam alcançadas!
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário